O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (8) a visita de Raduan Nassar, escritor que recebeu o Prêmio Camões de Literatura em 2016, e do escritor e jornalista Fernando Morais, contemplado três vezes com o Prêmio Esso. Eles entregaram, em encontro privado com o petista, uma carta aberta da Associação Juízes para a Democracia (AJD) em que 20 magistrados denunciam sua prisão política.
Após o diálogo no interior da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), os escritores visitaram a Vigília Lula Livre para relatar as impressões do encontro e a mensagem do ex-presidente. Recebidos com festa e cantoria, Nassar e Morais sintetizaram a visita como emocionante e enriquecedora.
“Eu achei ele ótimo, decidido na luta pela soberania brasileira, que é o mais importante de tudo. Eu acredito nessa luta e acho que uma hora a barca vai virar: Lula livre o mais rápido possível. Porque Lula é um presidente preso politicamente, e isso é insuportável para todos nós”, afirmou Nassar, em entrevista ao Brasil de Fato.
A pauta da soberania nacional é central para o ex-presidente, que se preocupa com a defesa material e humanitária, “sob pena de que o governo de Jair Bolsonaro [PSL] deixe o Brasil sem nada”, completou Morais.
Para o jornalista, a carta da AJD, em defesa de um Poder Judiciário independente, democrático e apartidário, é a "tradução de que, no Brasil, há juízas e juízes comprometidos com o Direito, a Justiça e a liberdade”. Uma comitiva de desembargadores também esteve na Vigília Lula Livre para prestar solidariedade ao ex-presidente e celebrar a entrega do documento.
“Cumprimos com muita honra e alegria a tarefa que vocês nos deram, juízes e juízas, desembargadoras e desembargadores que estão aqui. Lula se emocionou muito com a carta. Para o Raduan e para mim, foi uma honra muito grande termos sido os portadores de um documento tão importante quanto o de vocês”, disse o jornalista aos juízes presentes, ressaltando o caráter político da prisão de Lula.
“A honra é nossa de que nossa mensagem de solidariedade, luta e sonho tenha sido levada pelas mãos de vocês, que estão no coração de todos os juízes pela democracia, e de todo mundo que está aqui”, respondeu a desembargadora Kenarik Boujikian, cofundadora da AJD.
A carta dos juristas enfatiza a atuação "político-partidária" do ex-juiz Sérgio Moro nos processos contra Lula na Lava Jato. Segundo o documento, a retomada da democracia depende da imediata libertação do ex-presidente.
Edição: Daniel Giovanaz