O governo da Índia anunciou nesta terça-feira (13) que irá suspender progressivamente as restrições impostas à Caxemira. As linhas telefônicas e serviços de internet, no entanto, seguirão bloqueados.
“Não queremos oferecer ao inimigo estas ferramentas de comunicação antes que as coisas fiquem tranquilas”, afirmou o governador do estado de Jammu e Caxemira, Satya Pal Malik, em entrevista ao jornal Times of India.
Segundo ele, a abertura deverá começar após a festa nacional da independência, que acontece nesta quinta-feira (15). “Dentro de uma semana ou 10 dias, tudo estará bem e vamos abrir progressivamente as linhas de comunicação”, disse.
As autoridades já haviam reduzido temporariamente parte das restrições no domingo (11) para permitir que a população preparasse as celebrações do Aid Al Adha, festa muçulmana que começou na segunda-feira (12).
No entanto, a Índia voltou a impor um toque de recolher após a ocorrência de manifestações. Entre as medidas, o governo ordenou que a mesquita de Jama Masjid, a maior da região do Himalaia, permanecesse fechada para que os religiosos se dirigissem a templos menores, o que evitaria a formação de grandes grupos de pessoas.
Além da proibição de concentrações públicas, a Caxemira está totalmente isolada desde 4 de agosto, dia em que houve uma intensa mobilização de tropas na região.
O motivo por trás do envio de militares só ficou claro no dia seguinte, em 5 de agosto, quando o governo indiano anunciou a revogação da autonomia constitucional de Jammu e Caxemira. Com a medida, Nova Délhi passou a controlar a região.
A decisão de revogar a autonomia da Caxemira -- conquistada em 1947 -- é considerada extremamente grave para a região, que é cenário de insurreições independentistas e disputada há décadas por Índia e Paquistão.
Os conflitos na Caxemira, local de maioria muçulmana, já provocaram quase 70 mil mortes, a maior parte de civis, nos últimos 30 anos.
Edição: Rodrigo Chagas