Seis procuradores do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria Geral da República (PGR) formalizaram um pedido de demissão coletiva nesta quarta-feira (4), alegando "grave incompatibilidade" com a procuradora-geral Raquel Dodge.
Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira informaram a demissão com uma mensagem em grupos internos do Ministério Público Federal.
Não constam no comunicado detalhes sobre a decisão. Ao declarar incompatibilidade, os procuradores se referem "a uma manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03.09.2019)".
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De acordo com fontes do jornal O Globo, a insatisfação se deve a uma manifestação da procuradora-geral sobre a delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Na terça-feira (3), Dodge enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de homologação do acordo de delação, mas pediu arquivamento preliminar de trechos que acusam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e um irmão de Dias Toffoli, presidente do STF.
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Veja a íntegra do comunicado dos procuradores:
"Devido a uma grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03.09.2019), decidimos solicitar o nosso desligamento do GT Lava Jato e, no caso de Raquel Branquinho, da SFPO. Enviamos o pedido de desligamento da data de hoje. Foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos. Obrigada pela parceria de todos vocês. Nosso compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade.
Edição: Rodrigo Chagas