Ideal para quem gosta de estar superando constantemente os próprios limites, a calistenia é uma forma de treinamento físico que utiliza o próprio peso corporal para execução de exercícios de força e acrobáticos. Dessa forma, o praticante consegue movimentar grupos musculares através do trabalho de potência e esforço e, uma vez alcançado o domínio sobre um determinado movimento, é possível tentar elevar o grau de dificuldade para executá-lo.
De acordo com o educador físico e personal trainer Rico Fernandes, instrutor do centro de treinamento calistênico Hangar 42, os benefícios da prática de atividades físicas em geral estão no aumento da expectativa de vida e redução, em até 50%, das chances de infarto, além de ajudar na prevenção de doenças como depressão e ansiedade. Ele explica que, uma simples sessão de exercícios é capaz de liberar uma boa quantidade de serotonina, neurotransmissor responsável pelos sentimentos de prazer e bem-estar.
Com a calistenia não é diferente. Segundo o instrutor, a prática, que consiste em flexões, exercícios com uso de barras e abdominais, proporciona “motivação para encarar desafios e se superar, desenvolver bons hábitos e uma autoestima saudável”. Os movimentos chegam a desenvolver, de maneira simultânea, habilidades como flexibilidade, resistência, respiração, postura, equilíbrio, força e coordenação motora.
De acordo com o educador físico, os exercícios calistênicos podem ser praticados por qualquer pessoa, independentemente do nível de aptidão, idade ou gênero. Entretanto, ele ressalta que é recomendado o acompanhamento de profissional capacitado, para que a prática seja desenvolvida com mais segurança. “Os cuidados devem ser observados, cada pessoa tem seu ritmo, resposta variada ao estímulo e individualidades que devem ser observadas para um desenvolvimento seguro”, explica. Uma alimentação adequada também é fundamental.
Lorena Torres, 33, é professora universitária e pratica calistenia há dois meses. Apesar do início recente, ela conta que já identifica bons resultados alcançados através dos treinos, como “o crescimento muscular, aumento da força, mobilidade, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e resistência”. Lorena afirma, ainda, que tinha certa dificuldade com os treinos de força, mas, atualmente, já consegue executar os exercícios, às vezes, até no nível mais avançado.
Já Marília Carvalho, 32, pratica calistenia há quase um ano e aponta que está bastante satisfeita com os resultados alcançados na sua tonificação muscular. “Pelo fato da atividade envolver o peso do próprio corpo, me parece um desenvolvimento muscular mais bonito e sadio”, justifica.
Antes de começar a praticar a calistenia, Marília tinha aulas de kung fu.
Atualmente, além dos treinos calistênicos, ela pratica tecido aéreo, yoga e, às vezes, corrida. Segundo Rico Fernandes, a combinação da calistenia com outras atividades físicas não traz prejuízos para e corpo. “A calistenia é utilizada para melhorar o desempenho esportivo e pode ser combinada com outras modalidades, com o intuito de variar a rotina e os estímulos, por exemplo”, explica o educador físico.
Por envolver apenas o próprio corpo, a calistenia permite bastante autonomia e pode ser praticada em casa e nas academias, ou ao ar-livre, razão pela qual costuma agradar aquelas pessoas que gostam de se exercitar em espaços abertos e em contato com a natureza. Em Natal, alguns locais oferecem estrutura suficiente para a execução desses exercícios, como o parque das Dunas, a orla de Ponta Negra e algumas praças públicas em diversos bairros da cidade.
Edição: Isadora Morena