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Após cumprir um terço da pena, Babiy consegue liberdade para aguardar julgamento

"Estou em êxtase e não consegui pensar em tudo ainda", afirmou a jovem na saída do presídio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Advogado criticou demora da Justiça para a progressão de pena da dançarina Babiy
Advogado criticou demora da Justiça para a progressão de pena da dançarina Babiy - Foto: José Eduardo Bernardes

A dançarina Bárbara Querino, conhecida como Babiy, foi solta nesta terça-feira (10) e poderá aguardar o recurso de seu julgamento em liberdade. A jovem estava encarcerada desde 15 de janeiro de 2018, acusada de participar de dois roubos, que renderam uma condenação em primeira instância a cinco anos e quatro meses de reclusão.

“Hoje, dia 10, foram dez alvarás. Estou em êxtase e não consegui pensar em tudo ainda. Eu estava na sala de aula e recebi a notícia. Que alegria”, relatou Babiy, que estava presa no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dra. Marina Marigo Cardoso de Oliveira, no Butantã, zona oeste de São Paulo.

Flávio Campos, advogado de Babiy, criticou a decisão tardia da justiça. O defensor explica que a jovem deveria ter alcançado o benefício de progressão de pena em novembro de 2018, quando a dançarina completou um terço da pena.

“Ela conseguiu o beneficio de ir para o regime aberto, depois de cumprir dois terços da pena. Agora, ela aguarda o julgamento de sua apelação, que ainda não foi julgada. Ela é (juridicamente) tecnicamente inocente. Ela estava em cumprimento de pena antecipada do processo, por ocasião da prisão preventiva, pois o juiz entendeu que, mesmo sendo adolescente e artista, ela era um perigo para a sociedade”, afirma Campos.

Em 20 de abril, Babiy saiu pela primeira vez da prisão, para o indulto de Páscoa. O Brasil de Fato acompanhou a dançarina durante o seu primeiro dia fora do CPP.

Confira o vídeo:

O caso

De acordo com a investigação policial, Babiy seria integrante de uma quadrilha chamada “Piratas do Asfalto” e teria cometido dois assaltos. A defesa da dançarina apresentou vídeos e fotos publicados em redes sociais que demonstram que ela estava no Guarujá (SP), a 100 km de Santo Amaro, na noite de um dos crimes. A dançarina foi colocada na cena do segundo crime porque uma das vítimas a "reconheceu", por uma foto, por ter o “cabelo parecido” com a da assaltante.

Wesley Querino, de 21 anos, irmão de Babiy, é um dos assaltantes que integra a quadrilha. Réu confesso, o jovem negou o envolvimento da irmã nos crimes quando depôs no julgamento. Porém, assim como as imagens, o testemunho do familiar foi anulado pela Justiça.

Edição: Daniel Giovanaz