Representantes de movimentos populares e organizações da sociedade civil se reuniram nesta quarta-feira (11) no teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) para o ato "Resistir é Preciso", em defesa de direitos sociais e ambientais. Com o auditório lotado, os participantes dirigiram críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) e compartilharam estratégias de resistência. O evento foi marcado pela presença de representantes de diferentes religiões, que se uniram na crítica às violações de direitos encabeçadas pelo Poder Executivo.
"Ele é machista, racista e homofóbico", definiu o padre Júlio Lancelotti sobre o capitão reformado. "Precisamos nos rebelar estando do lado dos que sofrem. Nas suas lutas, não esqueçam dos homens e mulheres que vivem pelas ruas", completou o religioso, integrante da Pastoral do Povo de Rua.
"Qualquer ato que se faça em defesa da democracia precisa contar com a participação de nós, os povos originários, os povos negros", disse o Babalorixá Pai Rodney de Oxóssi. "Quando estávamos em 'franca' democracia, meu povo nunca deixou de ser morto, preso, perseguido", lembrou a Ialorixá Mãe Adriana de Naña. "Nós sempre resistimos, e continuaremos a resistir".
O objetivo do evento, segundo os organizadores, era fazer um pacto de mútua colaboração pró-democracia e fortalecimento da resistência.
Leana Naiman Bergel, do Observatorio Judaico de Direitos Humanos, deixou claro que o uso de símbolos judeus durante a campanha de Bolsonaro não significa apoio irrestrito ao presidente: "Contem conosco para a defesa da democracia".
"Estamos num real golpe de Estado. Nós, evangélicos, nos organizamos para denunciar a suposta bancada evangélica, porque eles não nos representam. Eles não falam por nós. Não os reconhecemos como cristãos de fato e evangélicos de fato", afirmou o pastor Ariovaldo Ramos. "Não aceitamos, sob hipótese alguma, a quebra do Estado laico", completou.
Também participaram organizações como Greenpeace, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ação Educativa, SOS Mata Atlântica, além de pessoas ligadas a movimentos negro, LGBTs e feministas.
* Com a colaboração de Poliana Dallabrida.
Edição: Daniel Giovanaz