Seis anos após aprovar a lei sobre matrimônio civil igualitário, o Uruguai discute agora ampliar esta possibilidade para estrangeiros em um projeto de lei apresentado pelo governo do presidente Tabaré Vázquez (Frente Ampla).
A proposta foi anunciada pela ministra de Educação e Cultura do país, María Julia Muñoz, durante o evento “Empregabilidade, economia diversa e turismo LGBT”, realizado pela Câmara de Comércio e Negócios LGBT do Uruguai. “Avançamos na agenda de direitos e acreditamos que o exemplo deve ser para todos os países, não só os da região mas de todo o mundo”, afirmou a ministra.
Presente na coletiva de imprensa de apresentação do projeto, o diretor da Câmara de Comércio e Negócios LGBT do Uruguai, Sergio Miranda, argumentou que a iniciativa pode fomentar o turismo, uma das principais atividades econômicas do país.
“Isto geraria uma mudança muito importante porque abriria uma atividade econômica que movimenta milhões de dólares por ano. Dentro do setor, o turismo LGBT é o que mais cresce mundialmente e Uruguai não está alheio a isso”, expressou.
Como explicou Miranda, que também é ativista do movimento LGBT, a modificação do estatuto estará a cargo da Direção de Registro do Civil em coordenação com o Ministério das Relações Exteriores e, caso o projeto seja aprovado, “as pessoas interessadas poderão se inscrever nos consulados do Uruguai em seus países [para solicitar uma data de casamento]”.
O Uruguai se tornou o segundo país da América Latina a aprovar o matrimônio homossexual em 2013 -- o primeiro foi a Argentina, em 2010 -- durante o governo do ex-presidente José Mujica.
Evento
O seminário “Empregabilidade, economia diversa e turismo LGBT” foi realizado entre os dias 10, 11 e 12 de setembro na Prefeitura de Montevidéu, capital do país, no marco dos cem anos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Durante o evento, o diretor da Câmara de Comércio e Negócios LGBT reafirmou a necessidade de criar dados sobre o acesso da população LGBT ao trabalho, considerando as diferenças de raça e classe, “porque não é a mesma realidade a de um homem gay de classe média que a de uma pessoa trans ou lésbica negra da periferia”, realçou.
Sobre o crescimento do turismo LGBT no país, Sergio Miranda também destacou o desafio de “capacitar e sensibilizar” os trabalhadores do ramo para combater a homofobia.
*Com informações do Nodal.
Edição: Luiza Mançano