Soberania

Na França, Dilma denuncia Bolsonaro por ataques a direitos e ao patrimônio público

Ex-presidenta também criticou o desprezo pelo meio ambiente e o caráter misógino e homofóbico do governo brasileiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A ex-presidenta Dilma Rousseff durante debate em evento promovido por jornal francês
A ex-presidenta Dilma Rousseff durante debate em evento promovido por jornal francês - Marcos Fernandes/RFI

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) denunciou na França o processo de “desnacionalização” do patrimônio público brasileiro e o ataque aos direitos dos trabalhadores promovidos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“A soberania está sendo ameaçada junto com os direitos sociais. Entendendo a soberania como a base da própria nacionalidade brasileira”, afirmou Dilma no sábado (14), durante debate na Festa da Humanidade, evento organizado pelo jornal L’Humanité em La Courneuve, na região metropolitana de Paris. As informações são da RFI.

“A maior empresa brasileira, por qualquer critério, é a Petrobras, que é a sétima companhia de petróleo do mundo. (...) O Brasil é o único país que, tendo uma empresa do tamanho da Petrobras, é capaz de colocar partes dessa empresa à venda”, disse ela.

Dilma também criticou o caráter misógino e homofóbico do governo Bolsonaro e pediu desculpas aos franceses pelos ataques do presidente e membros de sua equipe à primeira-dama Brigitte Macron.

Ela citou ainda o perfil autoritário de Bolsonaro, as ameaças deles e dos filhos à Constituição e o desprezo pelas questões sociais e ambientais.

“Ele tem uma postura muito clara em relação aos direitos sociais e ambientais. Diz ter pena dos empresários porque são explorados pelo Estado e defende a redução dos direitos trabalhistas ainda maiores do que a precarização que já foi feita. Ao mesmo tempo, considera um absurdo a proteção ao meio ambiente, à floresta amazônica e aos povos indígenas”.

Lula e o PT

Dilma defendeu os governos do PT (2003-2016), lembrando que 36 milhões de brasileiros foram tirados da miséria no período. No final de meu governo, o Brasil tinha saído do mapa da fome elaborado pela ONU", ressaltou.

Sobre o ex-presidente Lula, que era o grande homenageado da noite, disse que ele é símbolo da luta pela democracia no Brasil. “Ele representa essas duas questões, a democrática e a social, além da nacional, ligada à manutenção das nossas riquezas econômicas, energéticas e ambientais”, afirmou.

Edição: João Paulo Soares