Vivemos a Era do Audiovisual. Nunca as pessoas criaram, distribuíram e receberam tantas imagens, nunca as pessoas tiveram tantas opções de conteúdos, formatos, canais, seja no cinema, na TV ou nas redes sociais digitais. Mas qual é o lugar do Brasil e do Rio Grande do Norte neste novo ambiente da comunicação? Serão criadas oportunidades para educação, cultura, desenvolvimento e emprego a partir do audiovisual no estado? As respostas a estas e outras questões passam pelas políticas públicas para o setor.
No Brasil, com a criação da Ancine, do Fundo Setorial Audiovisual (FSA) e da Lei n.º 12.485/2011, as políticas e os investimentos no setor deram um salto. Se em 1995 foram lançados sete longas em circuito comercial, em 2015, chegaram aos cinemas 133 filmes brasileiros. Ao mesmo tempo, novas janelas se abriram para a produção nacional com a criação de canais dedicados ao conteúdo brasileiro na TV por assinatura.
Entretanto, as oportunidades foram pouco aproveitadas no RN e em Natal. Em parte, isto se deve ao fato de que as políticas para o setor tiveram baixo investimento, pequena abrangência e, ainda assim, não tiveram a continuidade adequada. A Capitania das Artes criou o edital CineNatal, que contou com complementação orçamentária via FSA em algumas edições. Esta iniciativa não foi implementada anualmente, como seria desejável, sofrendo com os constantes atrasos.
Também não foram estabelecidas políticas específicas de fomento para o setor no âmbito estadual, nem consórcios intermunicipais. É preciso lembrar que o FSA oferece uma linha de coinvestimento, isto é, com uma contrapartida do município ou do estado que faça parte das regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, o valor pode ser ser quintuplicado. Em qualquer atividade econômica este investimento seria extraordinário.
O Audiovisual ocupa um lugar preponderante tanto nos meios eletrônicos quanto no Facebook, Whatsapp e Instagram, sem esquecer o Youtube, o Vimeo e tantas outras plataformas dedicadas à imagem em movimento. Seja por seu imenso potencial educativo, seja por se constituir como linguagem preponderante dentro da Economia Criativa, cabe à sociedade brasileira, aos potiguares e aos natalenses reconhecerem sua importância como uma das soluções num momento de crise.
*Ruy Rocha é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e realizador audiovisual.
Edição: Isadora Morena