Vinte anos do Auto da Liberdade é marcado por retorno da apresentação à Estação das Artes Elizeu Ventania, localizada no centro de Mossoró (Rio Grande do Norte), e pela participação da comunidade na preparação e realização do espetáculo. Nas última edições, o Auto estava sendo apresentado no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, em formato menor.
Neste ano, o espetáculo é assinado por Marcelo Flecha, que esteve na direção entre 2005 e 2006. Segundo o diretor, chama atenção como “o cidadão mossoroense tem se somado ao projeto, ou seja, tem entendido a ideia de ele mesmo contar a história de Mossoró”. Marcelo afirma que a adesão voluntária foi surpreendente.
O Auto já esteve no Guiness Book como o maior espetáculo brasileiro em palco ao ar livre. Este ano, mais de mil pessoas estarão em cena, além das centenas de pessoas envolvidas com a preparação. Participam do espetáculo desde os maçons até os grupos de capoeira da cidade. Para Marcelo Flecha, o Auto, ao contar os fatos históricos da cidade de Mossoró, ensina sobre cidadania.
O espetáculo conta a história de Mossoró em quatro atos: Libertação dos Escravos em 1883, cinco anos antes da Lei Áurea; o Motim das Mulheres, em 1875, quando as mossoroenses batalharam contra o alistamento militar dos homens na Guerra do Paraguai; A resistência ao Bando de Lampião, em 1927; Primeiro Voto Feminino, de Celina Guimarães Viana, em 1928.
Segundo Joriana Pontes, artista mossoroense que participa do Auto desde sua primeira edição, sua importância é muito grande por mostrar quatro atos libertários da cidade em um grande espetáculo e envolver toda a cidade na sua montagem. O Auto é a representação e memória de uma “história de bravura, de liberdade, de empoderamento, de revolução”. Segundo ela, “é um momento de pertencimento e de orgulho fazer parte da história da cidade de Mossoró”.
Edição: Marcos Barbosa