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O sétimo céu

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O sétimo céu é formado por uma luz divina que não há palavras que podem descrever.
O sétimo céu é formado por uma luz divina que não há palavras que podem descrever. - Pixabay
Para os maometanos, existem sete céus sobrepostos.

Algumas pessoas, quando querem dizer que estão na maior felicidade, dizem que estão no “sétimo céu”.

Para os cristãos isso não teria sentido, pois acreditam que há só um céu, um só paraíso, habitado por Deus, os santos, os anjos e pessoas merecedoras de uma vida eterna muito boa.

Fiquei sabendo do significado da expressão “sétimo céu” num livro antigo, chamado “Dicionário de Curiosidades Verbais”, de Raimundo Magalhães Jr.

A origem da expressão é maometana. Para os maometanos, existem sete céus sobrepostos.

O primeiro é um céu de prata, habitado por Adão e Eva. É nele que ficam também as estrelas e os anjos guardiões delas.

No segundo céu, que é de ouro puro, moram João Batista e Jesus, que para os maometanos foi um profeta, mas não o salvador da humanidade como acreditam os cristãos.

O terceiro céu, de pérola, é habitado por José e Azrael, o anjo da morte. Esse anjo tem um livro em que vai anotando os nomes de quem nasce e riscando os nomes de quem morre.

No quarto céu, que é de ouro branco, estão Enoque e o Anjo das Lágrimas, que é enorme, mas enorme mesmo, com um tamanho que, se deitasse e a gente fosse caminhar dos pés dele até a cabeça teria que andar uns quinhentos dias. O Anjo das Lágrimas chora sem parar pelos pecados dos homens.

O quinto céu também é de prata. Nele moram Aarão e o Anjo Vingador, que governa o fogo.

No sexto céu, de rubi e granada, moram Moisés e o anjo guardião do céu e da terra. Ele é metade de neve e metade de fogo.

O sétimo céu é formado por uma luz divina que não há palavras que podem descrever. É a maravilha das maravilhas.
Esse céu é presidido por Abraão, e cada um dos seus moradores é maior do que o planeta Terra inteiro. Cada um tem 70 mil cabeças, cada cabeça com 70 mil bocas e cada boca com 70 mil línguas, cada língua falando 70 mil linguagens, todas empenhadas em cantar louvores a Alá.

Olha, não quero ir para o sétimo céu, não. Passar o tempo todo ouvindo cantorias de louvor, pra mim, não é estar no céu.

Se eu fosse para lá, pediria ao seu governante: “Desculpe-me seu Abraão, mas poderia me mandar pra um ceuzinho mais modesto, mas que seja também mais divertido?”.
 

Edição: Michele Carvalho