AMÉRICA LATINA

Equador decreta estado de exceção em meio a protestos contra aumento dos combustíveis

Atos ocorrem após medida que encerra subsídios para compra de gasolina e diesel começarem a valer em todo o país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Os atos começaram por volta da meia-noite desta quinta-feira (03)
Os atos começaram por volta da meia-noite desta quinta-feira (03) - Foto: Rodrigo Buendia/AFP

O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou estado de exceção nesta quinta-feira (3) após o país ser tomado por manifestações contra o aumento no preço dos combustíveis.
“Com o objetivo de resguardar a segurança da população e evitar o caos, determinei estado de exceção em nível nacional”, afirmou o mandatário equatoriano durante uma entrevista coletiva.
Os atos começaram por volta da meia-noite de hoje, quando o começou a valer o fim da concessão de subsídios para a compra de gasolina e diesel. A medida impacta diretamente no preço dos combustíveis, representando uma alta de até 123% para o consumidor.
Por conta do aumento, caminhoneiros de todo o país convocaram uma greve nacional. Motoristas de ônibus, taxistas e até condutores de vans escolares aderiram à manifestação. Em Quito, capital do país, a manifestação foi duramente reprimida pela polícia.
“Espero que o presidente tome a decisão correta. Sei que essa suspensão irá prejudicar o povo equatoriano, mas exigimos nossos direitos”, afirmou em uma rede social Abel Gómez, presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Transporte Interprovincial de Passageiros (Fenacotip).
O preço da galão da gasolina passou de US$ 1,85 para US$2,22. Já o galão do diesel, que custava entre US$ 1 a US$ 1,37, subiu para US$ 2,10.
Segundo o secretário particular da Presidência, Juan Sebastián Roldán, o governo não pretende recuar nem aceitará "chantagens". “Agora são os equatorianos que precisam decidir que país querem. Se cedermos aos grupos que querem chantagear o país ou se empurrarão o carro conosco”.
O fim do subsídio foi anunciado por Moreno em 1º de outubro como parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em resposta, diversos grupos estudantis, camponeses, e sindicais aderiram a uma jornada de protestos, que fechou diversos pontos de acesso nas principais capitais do país.
Esta é a terceira paralisação nacional que Moreno enfrenta durante seu mandato, iniciado em maio de 2017.

 

Edição: Luiza Mançano