Proposta não resolve o problema de estruturação de carreira dos militares
Recentemente, o deputado Vinicius Carvalho (REPUBLICANOS-SP) foi relator da proposta de reforma da Previdência dos Militares. O benefício para a inatividade foi estendido aos integrantes das Forças Armadas para policiais e bombeiros militares.
O governo pretendia, em dez anos, economizar quase R$ 100 bilhões com a reforma da aposentadoria dos Militares. A proposta enviada para o Congresso, no entanto, aumenta o salário das Forças Armadas e tem impacto fiscal de mais de R$ 80 bilhões aos cofres públicos.
Em entrevista ao portal Uol, Vinicius Carvalho afirmou que o projeto pretende reestruturar as carreiras."O trabalho da reestruturação se entende de duas maneiras diferentes. É a questão de valorizar o mérito, a meritocracia e também de você usar uma forma para que seja um atrativo para aqueles que não estão nas Forças Armadas queiram estar e os que estão não queiram sair", respondeu.
O Brasil de Fato foi às ruas e ouviu a pergunta de Rodrigo Coutinho, que quer saber o que muda na reforma da Previdência dos Militares.
Quem responde é Patrícia Pelatieri, coordenadora executiva de pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE
“A proposta feita para os Militares vai, na verdade, na contramão da proposta que é feita para o restante da população. No caso da população, retira-se direitos e para os Militares está se propondo uma revisão da carreira. Eles estão fazendo uma troca para um aumento pequeno do tempo mínimo de serviço de 30 para 35 anos e um aumento pequeno da alíquota de contribuição de 7.5 para 10.5. Mas, em compensação, propõem uma revisão em toda a carreira que aumenta, e muito, os gastos do governo com os Militares. Mais preocupante ainda, é que os próprios Militares estão reclamando de que essa proposta só beneficia a alta cúpula das Forças Armadas. Portanto, é uma proposta que não resolve o problema de estruturação de carreira dos Militares e não contribui em nada, para a economia proposta que o Governo diz ser tão necessária.”
Edição: Michele Carvalho