Socioambiental

MAB promove jornada de lutas para alertar sobre impactos da mineração

Evento tem início na terça-feira (15) em São Paulo e também vai discutir cenário atual de violações de direitos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Em Brumadinho (MG), rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão deixou pelo menos 248 mortos; outros 22 corpos continuam soterrados
Em Brumadinho (MG), rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão deixou pelo menos 248 mortos; outros 22 corpos continuam soterrados - Foto: AFP/Getty Images

Para denunciar os crimes cometidos pela mineradora Vale S.A. - como as tragédias socioambientais em Mariana (MG) e Brumadinho (MG) - o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lança na próxima terça-feira (15) a jornada de lutas “Se a Vale destrói, o Povo constrói”.

Além de representantes de movimentos populares, a abertura do evento terá a presença do ex-ministro dos Direitos Humanos do Brasil e ex-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. O lançamento está marcado para as 18h30 na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

A primeira atividade será um balanço da situação das famílias atingidas, com uma análise das violações dos direitos nos dias de hoje. 

:: Brumadinho: seis meses de um crime sem reparação ::

Além de chamar a atenção para os danos da mineração no Brasil, a jornada também tem como objetivo a construção de uma casa para uma das famílias atingidas em Barra Longa (MG). O município foi tomado pela lama de rejeitos - que se alastrou até o estado do Espírito Santo - após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

O episódio, ocorrido em 5 de novembro de 2015, deixou mais de 362 famílias desabrigadas, além de 19 pessoas mortas. A bacia do rio Doce e o litoral capixaba foram devastados e milhares ficaram sem abastecimento de água, trabalho ou fontes de renda.

Um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) foi firmado entre as mineradoras responsáveis pelo crime, governos e instituições estaduais e federais. No entanto, o papel da Fundação Renova, criada a partir do acordo, “tem sido o de protelar e dificultar o acesso dos atingidos aos seus direitos de reparação”, alerta o MAB.

:: Raio-x dos crimes: um comparativo entre os impactos de Brumadinho e Mariana ::

Edição: João Paulo Soares