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Brasil de Fato ganha menção honrosa no Prêmio Herzog em reportagem sobre Chico Mendes

Entrega do prêmio ocorreu nesta quinta-feira (24), em São Paulo; série de quatro matérias retrata serigueiros no Acre

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Chico Mendes foi assassinado em Xapuri (AC), em dezembro de 1988, mas deixou legado de luta
Chico Mendes foi assassinado em Xapuri (AC), em dezembro de 1988, mas deixou legado de luta - Foto: Denise Zmekhol

"Chico Mendes, cujo assassinato completou 30 anos em 22 de dezembro de 2018, dedicou a vida aos direitos dos povos da floresta e deixou como legado a criação das reservas extrativistas e o acesso à educação nos rincões da Amazônia". Assim começa a reportagem Chico Mendes, a voz que não cala, produzida pelo Brasil de Fato, que recebeu Menção Honrosa na categoria Produção Jornalística em Áudio do 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A entrega da premiação ocorreu nesta quinta-feira (24), em São Paulo (SP).

A reportagem premiada narrou em quatro audiodocumentários a vida de trabalhadores de reservas extrativistas 30 anos depois do assassinato de Chico Mendes. A série de matérias também focou no legado do líder seringueiro para os povos da floresta.

A repórter Sarah Fernandes e o fotógrafo Danilo Ramos foram até Xapuri, no Acre, e conviveram com seringueiros por uma semana. Lá, os dois acompanharam o dia a dia de trabalhadores na Reserva Extrativista Chico Mendes e conversaram com pessoas que lutaram ao lado do seringueiro.

"Queria agradecer muito. Dizer que para mim é uma grande alegria receber essa menção honrosa contando a história de Chico Mendes, uma liderança tão importante pro país e que representa tanto o que nós buscamos nesse momento. Gostaria também de dedicar esse prêmio pra todos os trabalhadores da floresta, pra todas as pessoas que estão na Amazônia, que é habitada, repleta de pessoas e de diversidade -- e que muitas vezes não são lembradas por nós", declarou a repórter ao receber o prêmio.

Premiação

O Vladimir Herzog é uma das premiações mais importantes do jornalismo brasileiro. A cerimônia de entrega ocorreu no teatro Tucarena (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes – São Paulo).

“O Estado Democrático de Direito deve preservar não só a liberdade, mas também quem luta por ela”, afirmou Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), falou em nome da organização do evento. 

O prêmio existe desde 1979 e é concedido a trabalhos que valorizam a democracia e os direitos humanos. Este ano, a premiação bateu o recorde histórico de inscrições, com 692 produções em seis categorias

Santa Cruz lembrou que o prêmio foi criado para preservar a liberdade, em nome de um jornalista que perdeu a vida lutando por garanti-la, Vladimir Herzog. “A sociedade brasileira é Vladimir Herzog, não são os facínoras que o mataram”. 

Ele também prestou homenagem aos jornalistas e meios de comunicação premiados, com matérias de defesa de minorias e setores populares.

“Em períodos repressivos, a profissão dos comunicadores sempre se torna alvo”, lembra Santa Cruz, que completa: “Não podemos naturalizar qualquer tipo de ataque”. 

O presidente da OAB também colocou a entidade à disposição dos jornalistas que sofrem ameaças, ao considerar que "o verdadeiro jornalismo é imprescindível”. “A ciência e a informação vencerão o obscurantismo”, finalizou.

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Edição: Vivian Fernandes