“É um fracasso do governo, um processo apresentado com pompa e o governo levou mais um revés.” Assim reagiu José Maria Rangel, coordenador nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), ao megaleilão do pré-sal, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro.
O leilão foi anunciado com entusiasmo pelo governo federal e celebrado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, que chegou a afirmar que a venda aliviaria os cofres públicos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estimou que a cessão de quatro áreas para exploração de 15 bilhões de barris, ou 20 bilhões – dependia da proposta, terminaria com a arrecadação de R$ 106 bilhões.
Porém, a abertura dos envelopes trouxe uma notícia amarga ao governo. Das quatro áreas da Bacia de Santos, apenas duas receberam oferta: Itapu e Búzios. Ambas, foram arrematadas pela Petrobras, sem concorrência e com o lance mínimo, que somados chegam a R$ 70 bilhões, R$ 36 bilhões a menos do que Jair Bolsonaro e sua equipe previam receber.
Na área de Búzios, a Petrobras e as chinesas CNODC e CNOOC ofereceram o único lance de R$ 68,164 bilhões. A composição do consórcio garante 90% da participação para a brasileira e 5% para cada uma das orientais. Em Itapu, por R$ 1,766 bilhão, a estatal nacional garantiu a exploração total da área.
A falta de interesse do setor no leilão chama a atenção. Das quatorze empresas que se inscreveram, apenas sete compareceram ao evento. “Não há segurança jurídica para a operação”, afirma Rangel. “Nós estamos denunciando a série de incertezas que o país vive, que é fruto desse governo, que expõe essa insegurança jurídica e isso deixou os investidores inseguros” afirma o sindicalista.
Para Rangel, há o que celebrar no leilão: o protagonismo da Petrobras. “Para o governo é um fracasso, queria arrecadar R$ 106 bilhões, arrecadou R$ 70 bilhões, um verdadeiro fracasso. Agora, tem que ressaltar que a Petrobras adquiriu o melhor campo, que é o campo de Búzios, que para nossa empresa é extremamente positivo, mas foi um verdadeiro fracasso”, encerra.
Edição: Rodrigo Chagas