A embaixada da Venezuela em Brasília foi invadida na madrugada desta quarta-feira (13). De acordo com relatos, um grupo de apoiadores de Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, pulou o muro e entrou no prédio onde funciona a representação diplomática.
O ministro das relações exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, se manifestou a respeito: "Denunciamos que as instalações de nossa embaixada em Brasília foram invadidas pela força no início da manhã. Responsabilizamos o governo do Brasil pela segurança de nossa equipe e instalações e exigimos respeito pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas".
Na conta oficial no Twitter, a embaixada no Brasil também emitiu um comunicado: "Frente ao cerco de grupos irregulares na Embaixada Venezuelana, diplomatas bolivarianos permanecem firmes na custódia da sede diplomática apegados ao direito internacional e aos preceitos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas".
A Polícia Militar foi chamada. Houve troca de agressão entre os manifestantes. A PM usou spray de pimenta.
Um grupo de deputados foi até a embaixada prestar apoio à equipe diplomática do presidente venezuelano Nicolás Maduro. O deputado federal Paulo Pimenta (PT) está dentro da Embaixada da Venezuela, em Brasília.
Segundo o parlamentar, “a embaixada foi sitiada por um grupo de brasileiros e de venezuelanos, houve confronto violento. Eles tentaram tomar à força esse espaço. A impressão é que parte deles é de lutadores de academia contratados. É uma clara violação do direito internacional. Há indícios de participação do governo brasileiro na facilitação da invasão da embaixada da Venezuela.”
A deputada federal Erika Kokay (PT) está acompanhando o caso. Ela qualificou a ação como um o ato como criminoso que “fere a soberania e a democracia”. A parlamentar enfatizou a necessidade de investigação e de "responsabilização dos culpados”.
“A invasão da Embaixada Venezuelana, em Brasília, expõe governo Bolsonaro no dia da Cúpula do Brics. O recado que fica para o mundo é que embaixadas de governos que não se alinham ideologicamente com o Brasil estão vulneráveis”, alerta.
O conflito se deu horas antes do início das atividades da 11.ª Cúpula do BRICS. O evento reúne os líderes da Rússia, India, China e África do Sul, países que apoiam a permanência de Nicolás Maduro no poder.
“O ato criminoso pode desencadear uma crise diplomática sem precedentes”, destacou Kokay
O governo de Jair Bolsonaro reconhece Guaidó como presidente da Venezuela, alinhando-se aos EUA.
Edição: Katarine Flor