Partidos políticos de oposição, movimentos populares e centrais sindicais apresentaram nesta segunda-feira (18) propostas para a geração de empregos e redução das desigualdades, em contraposição às políticas econômicas e sociais do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O Encontro Emprego e Desenvolvimento, realizado no Sindicato dos Químicos de São Paulo, também marca o início da articulação por uma Jornada Nacional de Mobilização e Luta unitária.
Os partidos PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL e Rede apresentaram o Plano Emergencial de Emprego e Renda, com 15 propostas. Dentre elas, a reativação do programa Minha Casa Minha Vida, o aumento real do salário mínimo, a expansão do Bolsa Família e a disponibilização de R$ 20 bilhões em créditos para o cooperativismo e a agricultura familiar.
Os sindicalistas destacaram a importância da presença do Estado em momentos de crise, como observou Adriana Marcolino, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que fez a apresentação pelas centrais sindicais. Do mesmo modo, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que, se o Brasil não quiser viver “o mesmo drama” do Chile, que há um mês enfrenta protestos, terá “que derrotar o programa de Bolsonaro e Paulo Guedes”.
Entre os pontos defendidos pelas centrais, estão a retomada de obras públicas paralisadas; a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; a promoção de direitos a trabalhadores de aplicativos; e o controle dos preços de produtos da cesta básica, gás de cozinha e das passagens do transporte público. O documento foi elaborado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta, CSP-Conlutas, CGTB.
Com ênfase na unidade, as falas foram no sentido de construir “uma agenda unitária e, acima de tudo, animar o povo para fazer lutas e resistir contra essa retirada de direitos da classe trabalhadora", como afirmou João Paulo Rodrigues, representante da Frente Brasil Popular e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Também presente na atividade, a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, falou sobre a importância da articulação de todos os setores e sobre as dificuldades de construir uma agenda progressista em um Congresso de maioria conservadora. Para ela, "o governo tem uma pauta de emergência fiscal: cortar o orçamento e abaixar a dívida. E nós temos uma pauta de emergência social: dar emprego e renda, aumentar o valor do salário mínimo”.
A partir desta terça-feira (19), as entidades prosseguem com debates para a construção de uma Jornada Nacional de Lutas da Classe Trabalhadora.
*Com informações da Rede Brasil Atual.
Edição: Julia Chequer