Violência

Indígena é morto a golpes de pau e pedra no PR; corpo é localizado em fazenda de soja

Conflitos fundiários têm sido o principal motivador da violência contra os Guarani do oeste do Paraná

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
As faixas em repudiando ao assassinato de Demilson foram destruídas e queimadas
As faixas em repudiando ao assassinato de Demilson foram destruídas e queimadas - Divulgação/Povo Guarani

O indígena Demilson Ovelar Mendes, do povo Avá-Guarani, foi assassinado a golpes de pau e pedra no município de Guaíra, oeste do Paraná, na última quinta-feira (14). O corpo foi encontrado no final da tarde em uma fazenda de soja, a cinco quilômetros do local onde vivia com a mãe e três irmãos.

De acordo com o cacique Ilson Gonçalves, um dos 14 localizado em Guaíra, o jovem estaria num bar na Vila e por volta das 17 horas foi visto pela última vez conversando com dois motociclistas não identificados.

Os Avá-Guarani relatam o aumento dos conflitos na região e atribuem ao fato de seu território não ter sido demarcado. Não raro, as investidas se traduzem em violências físicas, causando apreensão na comunidade.

Em protesto ao assassinato de Demilson, os Avá-Guarani fizeram no último domingo (17) uma retomada no local onde aconteceu o assassinato de Demilson. Os indígenas montaram um acampamento com barracas de lona e estenderam faixas repudiando o assassinato. Na manhã de segunda-feira (18), quatro homens invadiram o acampamento queimando as barracas e faixas. 

Conforme os dados do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, sistematizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), no último ano foram registrados 109 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio” antes 96 casos sistematizados em 2017. Nos nove primeiros meses deste ano, dados parciais do Cimi contabilizam 160 casos.

* Com informações de Adi Spezia, da assessoria de comunicação do Conselho Indigenista Missionário.

Edição: Daniel Giovanaz