DESMATAMENTO

Desmatamento em Terras Indígenas aumentou 65%, de acordo com dados do Inpe

Unidades de Conservação também tiveram aumento acima da taxa média de toda Amazônia Legal

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Queimada registrada em 26 de outubro na BR-155, em Eldorado do Carajás, no Pará; rodovia vai de Marabá a Redenção
Queimada registrada em 26 de outubro na BR-155, em Eldorado do Carajás, no Pará; rodovia vai de Marabá a Redenção - Catarina Barbosa/Brasil de Fato

Os dados consolidados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisa Especiais (Inpe), indicam que a taxa de desmatamento em Terras Indígenas e em Unidades de Conservação Ambiental superara a média de toda a Amazônia Legal. Nessas áreas, a derrubada da floresta é ilegal.

Divulgado na última segunda-feira (18), o valor estimado do desmatamento ficou em 9.762 quilômetros quadrados (km²) para o período de agosto de 2018 a julho de 2019, o que representa um aumento de 29,54% em relação a taxa de desmatamento apurada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) em 2018, que totalizou 7.536 km².

Em terras indígenas, o desmatamento saltou de 260,6 para 429,9 quilômetros quadrados (km²), o que representa um aumento de 65%. Nas Unidades de Conservação, a devastação foi de 767 para 1.035 quilômetros quadrados (km²) no mesmo período.

De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), as Terras Indígenas são importantes barreiras para desmatamento, mas em algumas áreas a situação é crítica, principalmente devido a invasões ilegais e à proximidade com grandes obras públicas. Esse é o caso da campeã de desmatamento, a Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará, que fica próxima à rodovia Transamazônica e na zona de influência da hidrelétrica de Belo Monte.

 

Edição: Julia Chequer