Levar mais de uma tonelada de comida limpa, sem veneno para os trabalhadores e para a periferia e defender a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária. Esses foram os resultados de mais um Festival Comida de Verdade realizado neste sábado, (23) na Zona Leste de São Paulo. Alimentos saudáveis, shows, teatro, circo, debates, grafites e a distribuição gratuita de mais de 700 refeições marcaram o evento.
“A Feira [da Reforma Agrária] se tornou um patrimônio sócio-cultural de São Paulo e o Festival tem o objetivo de fazer com que as pessoas se posicionem a favor da realização, que defendam a Feira e, com certeza, ela será realizada em maio de 2020”, adiantou Delwek Matheus, da coordenação nacional do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Neste ano, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), barrou a liberação do Parque da Água Branca, onde a feira sempre foi realizada.
“É importante denunciar o boicote por parte do governo Dória e da Prefeitura de São Paulo, que não abriram espaço para fazer a Feira que acabou se tornando um dos maiores eventos da capital paulistana e o maior de agricultura familiar do país”, ressaltou o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP). Aproximadamente 150 mil pessoas circulam, por dia, pela Feira.
Segundo ele, o Festival também é importante para fazer o debate sobre a reforma agrária no Brasil, onde há uma grande concentração de terra. “Esse modelo de agricultura do agronegócio, uso intensivo de tecnologia e agrotóxicos tem trazido muitas consequências para o meio ambiente como a mortandade de animais e contaminação do solo e da água”, lembrou.
O Festival recebeu diversos artistas e atrações, entre eles o cantor e compositor BNegão. Para ele, a realização do evento em diversas localidades de São Paulo é a melhor resposta que o MST poderia dar, pois "quiseram matar a iniciativa da Feira Nacional e ela virou semente, se espalhando pela cidade". O primeiro Festival Comida de Verdade foi realizado em agosto, na Ocupação 9 de julho, no Centro.
O evento foi uma iniciativa da Rede Sustenta, do Coletivo Banquetaço, Instituto Chão, do Armazém do Campo de São Paulo, do MST, além de entidades e organizações diversas da Zona Leste de São Paulo.
Participaram os músicos do El Efecto, Lê Coelho, Tita Reis, Slam da Guilhermina, Cia Canina – Teatro de Rua e Sem Dono, Jongo dos Guaianás, Circo Teatro Palombar, Grupo Batakere, Kaue Gama, Renato Gama, Esquadrão Arte Capoeira, Nóis na Mala, Pastoras do Rosário, entre outros.
Reflorestamento
O Festival foi palco também do lançamento simbólico da Campanha de Reflorestamento do MST, que tem o objetivo de plantar mais de 40 milhões de árvores nos próximos anos.
Edição: Camila Salmazio