No último período aumentou a violência contra as mulheres no Brasil, o dia 25 de novembro, é um dia para lutar e resistir. Na história da humanidade em todos os períodos de crise e de golpes as mulheres são as primeiras a sentir as consequências em suas vidas. Não poderia ser diferente, já que a própria data tem origem na luta e resistência das mulheres a golpes implantados pelas elites conservadoras.
No dia 25 de novembro de 1960, as lutadoras da República Dominicana, Patria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, que em português significaria “as borboletas” foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo. As irmãs Maribal lutavam por liberdades democráticas e combatiam a ditadura e foram brutalmente assassinadas. Seus corpos foram encontrados no fundo de um precipício, estrangulados, com os ossos quebrados. As mortes causaram repercussão nacional e internacional, causando grande comoção no país.
Em 1999, as Nações Unidas, através de sua Assembleia Geral, instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às “Mariposas”.
Em nosso país, três mulheres são vítimas de feminicídio por dia; em 2018 foram registrados 1206 mil casos; este corresponde a 29,6 % dos casos de homicídios dolosos de mulheres no mesmo ano; 61% das vitimas são negras; em 88,8% dos casos, o autor responsável é o companheiro ou ex-compaheiro. Estes são dados do 13° Anuário Brasileiro de Segurança.
Segundo pesquisa do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), da Defensoria Pública do Ceará, cerca 97,5% das mulheres atribui a violência psicológica como a forma de expressão de agressividade mais costumeira. A pesquisa foi realizada entre janeiro e dezembro de 2018, o levantamento foi feito por amostragem, por demanda espontânea, com 568 mulheres que receberam auxilio jurídico, psicológico e social do Nudem.
Por estes dados percebemos o aumento da violência contras as mulheres no último período no Brasil e no estado do Ceará. É preciso seguirmos o exemplo das “Mariposas” e resistirmos à violência e exploração, para isto é necessário um trabalho de base junto às mulheres das classes populares nos bairros, vilas, favelas, no campo e na cidade. Só as mulheres de forma organizada podem salvar a vida das mulheres.
Edição: Monyse Ravena