Representantes de organizações sociais e de direitos humanos viajarão nesta quinta-feira (28) à Bolívia com o objetivo de oferecer solidariedade e informações sobre o que está acontecendo no país vizinho após o golpe de Estado que destituiu o presidente eleito Evo Morales.
Compõem a delegação organizações como o Serviço de Paz e Justiça, a Assembleia Permanente por Direitos Humanos e Associação Americana de Juristas.
Entre os representantes, está Juan Grabois, advogado e líder popular da Pátria Grande. Durante a coletiva de imprensa realizada nessa terça-feira (26) em Buenos Aires, Grabois afirmou que a Bolívia “está sob um governo interino, uma ditadura civil-militar que está impedindo a comunicação sobre o que está acontecendo. Por isso, nossa tarefa é fundamental”.
Em nota divulgada, a delegação argentina em solidariedade com o povo boliviano afirma que o objetivo da viagem é “recolher denúncias e ativar os mecanismos internacionais para proteger nossos hermanos e reafirmar a vigência da democracia, o respeito à diversidade cultural e os direitos sociais”.
Para isto, durante a estadia no país vizinho, a delegação construirá uma agenda de reuniões com instituições bolivianas, defensores de direitos humanos, movimentos sociais e líderes religiosos.
A advogada Gabriela Carpineti, uma das integrantes da delegação, afirmou que será elaborado um registro de denúncias e reforçou que no atual momento não há nenhuma garantia de segurança para aqueles que denunciam as violações de direitos humanos, em referência ao crescente clima de perseguição política e policial no país.
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Os dados da Defensoria do Povo [órgão equivalente à Ouvidoria, que recolhe denúncias mas não processa criminalmente nem atende casos individuais] revelam que, desde que o golpe de Estado foi consumado em 10 de novembro, 33 pessoas morreram durante os protestos que rechaçam a autoproclamada presidenta Jeanine Áñez.
Nos conflitos com a polícia e Forças Armadas Bolivianas, outras 804 pessoas ficaram feridas e 1151 pessoas foram detidas. Entre as últimas, 53 continuam na prisão.
Edição: Luiza Mançano