violência

Comitê por Memória, Verdade e Justiça denunciará Estado pelo massacre de Paraisópolis

Grupo realizará reunião nesta terça-feira (3) para discutir ações de intervenção contra o “Estado genocida”

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Nove pessoas foram mortas durante ação truculenta da PM-SP
Nove pessoas foram mortas durante ação truculenta da PM-SP - Foto: Jornalistas Livres

O Comitê Paulista por Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ) realizará na noite desta terça-feira (3) um reunião de “articulação e denúncia contra o Estado genocida”, tendo como pauta principal o massacre de Paraisópolis ocorrido na madrugada de domingo (1), na zona sul de São Paulo. 
O encontro, que ocorrerá das 19h30 às 21h30, no auditório Vladimir Herzog, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, também irá discutir como o Estado de exceção é a regra a ser imposta nas periferias.

A partir de tal constatação, o grupo da reunião pretende discutir caminhos legais em defesa da dignidade da pessoa humana e para denunciar os assassinos e defender as favelas. “Não há como seguirmos sem uma atitude efetiva para que o Estado pare de matar os desassistidos”, dizem os organizadores em nota.

Relembre o caso 

Na madrugada do último domingo, uma ação policial em um dos maiores bailes funk da cidade, o Baile da 17, em Paraisópolis, que recebe em média cinco mil pessoas. De acordo com relatos de moradores, os agentes invadiram o local atirando, o que deixou pelo menos 20 pessoas feridas e 12 hospitalizadas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

Durante a ação, um grupo grande de pessoas foi espancado e encurralado em uma viela, deixando nove pessoas mortas por pisoteamento, como vídeos divulgado pela Ponte Jornalismo. A PM nega.

Em uma coletiva na tarde de domingo (1), o porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Masseira, disse que as imagens divulgadas nas redes sociais sobre a ação dos policiais “sugerem excessos”. "Todas as imagens estão incluídas no inquérito policial militar para ser analisadas. (…) O rigor da apuração vai responsabilizar quem eventualmente cometeu algum excesso, algum abuso", acrescentou.

Edição: Julia Chequer