Dois indígenas do povo Guajajara foram assassinados na manhã deste sábado (7) na rodovia BR226, que corta a aldeia El Betel, no município de Jenipapo dos Vieiras (MA). Eles voltavam de uma reunião com integrantes da Eletronorte e da Fundação Nacional do Índio (Funai) quando foram surpreendidos por um automóvel Chevrolet Celta branco, de vidro espelhado, da onde partiram os tiros.
Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara não resistiram aos ferimentos e morreram. Nelsi Olímpio Guajajara levou um tiro na perna, mas sobreviveu. O outro indígena ferido não foi identificado.
Notícia atualizada às 19h18 do dia 7 de dezembro de 2019.
Até o momento, não há informações sobre as motivações do ataque.
No mês passado, Paulo Paulino Guajajara, que atuava como "guardião da floresta", foi morto por madeireiros próximo ao local. Na ocasião, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou um texto culpabilizando a postura do presidente da República: "O governo Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos. O aumento da violência nos territórios indígenas é reflexo direto de seu discurso de ódio e medidas contra os povos indígenas do Brasil".
O Brasil de Fato tentou contato com Sônia Guajajara, liderança da mesma etnia das vítimas que divulgou a notícia do assassinato deste sábado em primeira mão, nas redes sociais.
"Até quando isso vai acontecer? Quem será o próximo? É preciso que as autoridades tenham uma olhar específico para os povos indígenas, vida estão sendo tiradas em nome do ódio e preconceito! Nenhuma gota mais de sangue indígena!", disse Sônia ao anunciar o crime.
Por meio de nota, a Polícia Federal disse que enviou uma equipe ao local para iniciar as investigações sobre os assassinatos.
Os Guajajara ocuparam a rodovia onde ocorreu o ataque para chamar atenção para o aumento da violência contra os povos tradicionais nos últimos meses.
Edição: Daniel Giovanaz