O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que tomou posse na manhã desta terça-feira (10/12) afirmou em seu primeiro discurso como mandatário do país que a prioridade de seu governo será o combate à pobreza para que sejam superados “os muros do ódio e da fome”.
“Precisamos de um novo contrato social, fraterno e solidário, porque chegou a hora de abraçar o diferente. Este é o espírito do tempo que inauguramos hoje, para colocar a Argentina de pé, temos que superar o muro do rancor e do ódio, o muro da fome que afasta os homens”, disse.
Em cerimônia realizada no Congresso Nacional, em Buenos Aires, o peronista recebeu a faixa do agora ex-presidente Mauricio Macri. A vice-presidente Cristina Kirchner assumiu o cargo na mesma cerimônia, e se tornou a número dois do país.
Fernández ainda prometeu que a primeira reunião que realizará como presidente argentino com seus ministros será para tratar do “plano argentino contra a fome” e destacou que “sem pão, não há presente, nem futuro, nem democracia”.
“Uma em cada duas crianças são pobres em nosso país. As economias dos lares estão asfixiadas pelo endividamento, pedindo crédito para comprar remédios e comida. Os marginais e excluídos não precisam apenas de pão, mas também precisam ser parte integrante desta grande nação, nossa casa comum”, afirmou.
'Agenda ambiciosa' com o Brasil
Fernández ainda disse que quer uma “agenda ambiciosa” com o Brasil, para além de “qualquer diferença regional de quem governe na conjuntura”.
“Com a República Federativa do Brasil, particularmente, teremos que construir uma agenda ambiciosa, criativa [...], que é respaldada pela irmandade histórica entre os dois países, e que vai além de qualquer diferença regional de quem governe na conjuntura", disse.
A menção ao Brasil é um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, que tem assumido uma posição de antagonismo com o novo mandatário argentino, sobre o qual já chegou a dizer que os eleitores do país vizinho haviam “votado mal”.
Bolsonaro não foi à posse, quebrando uma tradição de quase três décadas. Chegou a decidir não mandar ninguém - a ideia era que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, representasse o Brasil na cerimônia - mas, nesta segunda (09/12), voltou atrás e enviou o vice-presidente, Hamilton Mourão.
Edição: Opera Mundi