Matança

Quarto indígena Guajajara é assassinado no Maranhão em menos de dois meses

Erisvan, Guajajara da Terra Indígena Arariboia, foi morto e esquartejado na cidade de Amarante, região oeste do estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil denuncia que "ataque desenfreado contra os povos indígenas vem tomando conta do Maranhão"
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil denuncia que "ataque desenfreado contra os povos indígenas vem tomando conta do Maranhão" - Mídia Índia

Mais um indígena Guajajara foi assassinado no Maranhão. De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o corpo de Erisvan Soares do povo Guajajara, da Terra Indígena Arariboia, foi encontrado esquartejado na cidade de Amarante do Maranhão. O corpo de um homem não indígena também foi encontrado. É o quarto assassinato de integrantes da etnia em dois meses. 

De acordo com nota publicada nesta sexta-feira (13), Apib, em suas redes sociais, um ataque desenfreado contra os povos indígenas vem tomando conta do Maranhão. 

A coordenadora-executiva da Apib, Sonia Guajajara, que se candidatou à vice-Presidência, em 2018, afirmou que o clima na região é mais grave do que “um cenário de guerra". "Estamos num campo de batalha onde o ódio disseminado pelas forças políticas conservadoras, autoritárias, racistas são estimuladas pelo fascismo que já extrapolou todos os seus limites.”

::Bolsonaro volta a estimular ataques a reservas: “É muita terra pra pouco índio”::

No dia 7 de dezembro, os caciques Firmino Praxede Guajajara, da Terra Indígena Cana Brava, e Raimundo Belnício Guajajara, da Terra Indígena Lagoa Comprida, foram mortos a tiros. Outros dois indígenas ficaram feridos no ataque.

Antes, em 1º de novembro, o líder indígena Paulo Paulino Guajajara, que atuava como guardião da floresta, foi assassinado dentro da Terra Indígena Arariboia. Nenhum dos crimes foi solucionado pela Justiça.

O ministro de Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, enviou a Força Nacional para a Terra Indígena Cana Brava, nesta quarta-feira (11), para "garantir a integridade física e moral dos povos indígenas".

::Em ano sem novas demarcações, 135 indígenas foram assassinados no Brasil::

 

Edição: Rodrigo Chagas