Entrevista

Conheça a historiadora que estuda o futebol sob a perspectiva das mulheres e das ruas

Aira Bonfim dedica-se a contar histórias esquecidas do esporte

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
"Existem mulheres que desde sempre jogaram bola, e como elas não estavam na história", questiona a historiadora
"Existem mulheres que desde sempre jogaram bola, e como elas não estavam na história", questiona a historiadora - Vanessa Nicolav

Que o futebol é uma paixão nacional, não se discute. Que grande parte do legado do esporte está apenas na história da modalidade masculina, também não. Mas e as mulheres?

É para defender a participação feminina na história do futebol que a historiadora Aira Bonfim dedica sua vida. Ela participou da criação do Centro de Referência do Futebol Brasileiro, entre 2011 a 2018, criado para levar ao público uma perspectiva feminista sobre o esporte.

O Centro funciona no espaço do Museu do Futebol, instalado no estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).

"Existem mulheres que desde sempre jogaram bola, e como elas não estavam na história? Acho que a grande ideia, quando a gente pensa no futebol de mulheres é: essa menina teve a oportunidade de experimentar o jogo? O jogo como uma brincadeira, onde, desde cedo, mulheres são colocadas na periferia dessa experiência."

Na pesquisa conduzida por Aira, a historiadora também tenta dissociar a ideia do futebol das referências costumeiras ligadas ao esporte masculino e profissional. A busca da pesquisadora é pela prática do esporte longe dos grandes mercados da bola. 

"Que futebol é esse que a gente reproduz? Quando a gente fala de futebol, a gente quer falar de Seleção Brasileira? Ou a gente quer falar do universo dos clubes, que estão alcançando suas primeiras divisões, ou a gente quer voltar para essa ideia que está mais próxima, que é o futebol que está na rua, na várzea?"

Confira a entrevista completa:

Edição: Rodrigo Chagas