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Bolsonaro endossa discurso de Trump de "luta contra o terrorismo", e divide base

O governo ressaltou, em nota, que "o Brasil está pronto para participar de esforços para evitar escalada de conflitos"

Brasil de Fato | São Paulo |
Jair Bolsonaro e Donald Trump durante reunião do G20 em Osaka, no Japão
Jair Bolsonaro e Donald Trump durante reunião do G20 em Osaka, no Japão - Alan Santos / PR

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, manifestou apoio ao que chamou de “luta contra o flagelo do terrorismo”, depois do ataque estadunidense a um comboio do Irã, no aeroporto de Bagdá, no Iraque, na última quinta-feira (2), que matou o general iraniano Qassem Soleimani. 

O Itamaraty também afirmou que o Estado brasileiro está disposto a “participar se esforço internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos". 

A posição adotada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, opôs as alas militar e ideológica do governo. 

Os militares pediram ao capitão reformado, conforme aponta o veículo jornalístico, que não endossasse a posição do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de guerra contra o terrorismo. A tentativa foi em vão, entretanto. 

Na noite desta sexta-feira (3), pouco depois de o Itamaraty se posicionar, o presidente deu uma entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, reforçando o conteúdo da manifestação do governo. 

Seguindo os conselhos do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e de seu assessor especial Filipe Martins - personagens expressivas da ala ideológica - Bolsonaro afirmou que a posição brasileira é a de se aliar a qualquer país do mundo no combate ao terrorismo.

“Nós sabemos o que, em grande parte, o Irã representa para os seus vizinhos e para o mundo”, disse o presidente.

Petrobras mantém preço de combustíveis 

Em comunicado divulgado na noite de sexta-feira (3), a Petrobras afirmou que seguirá com o processo de monitoramento do mercado internacional, depois da intensificação da crise entre EUA e Irã que impulsionou os preços internacionais do petróleo. 

Segundo a estatal, “de acordo com suas práticas de precificação vigentes, não há periodicidade pré-definida para a aplicação de reajustes.”

O barril do petróleo Brent, valor de referência internacional, fechou em alta de 3,6% nesta sexta-feira, cotado a US$ 68,60, o maior preço desde meados de setembro. Naquela ocasião, ataques a instalações da Arábia Saudita geraram alta expressiva nas cotações da matéria-prima.

Edição: Geisa Marques