Política externa brasileira é suicida e também pode trazer prejuízos econômicos
Iniciamos este ano de 2020, lamentavelmente, assistindo a mais um ataque norte-americano comandado pelo seu presidente Donald Trump no Iraque, cujo principal alvo foi morto, Qasem Suleimani. O general-comandante iraniano morto era o segundo homem mais influente do Irã e possuía uma influência significativa e bastante importante em toda a quela região.
Isso abalou e continua abalando o mundo, porque vivemos um momento de forte instabilidade, uma vez que não apenas o Irã, mas também o Iraque e outros países já anunciaram que devolverão este ataque, exatamente com a mesma moeda. Esse não só lamentável, mas triste e doloroso episódio, que está sendo patrocinado pelos Estados Unidos, nada mais é do que uma ação de terrorismo de Estado.
Diante disso tudo, o que nos deixou ainda mais apreensivos foi o fato de que, depois de 24 horas em silêncio, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por meio do Itamaraty, manifestou uma posição. E como era de se esperar, uma posição favorável e plenamente alinhada aos norte-americanos -- e não à maior parte dos países do mundo, países democráticos, países mais avançados. Todos de uma forma uníssona condenaram este ataque promovido pelos EUA.
Ao respaldar um ataque sem base legal qualquer, que visava a defesa dos interesses norte-americanos, Jair Bolsonaro mais uma vez demonstra a sua subserviência ao governo de Donald Trump.
Já foram lamentáveis os episódios em que ele votou contra a Palestina, ou seja, a favor da ocupação dos territórios palestinos por parte de Israel. E também quando votou contra Cuba chancelando o criminoso embargo econômico que já dura mais de meio século.
Na nota oficial em relação ao ataque em que foi morto o comandante Suleimani, Jair Bolsonaro em nenhuma linha condena este ataque. Ao contrário, condena uma possível ação contra a embaixada americana no Iraque.
Essa atitude de Bolsonaro, de subserviência cega aos americanos, nos prejudica de todas as formas, porque coloca o Brasil no alvo daqueles países que podem ser atacados, contrariando nossa característica e tradição de paz. Por outro lado também prejudica significativamente nossa economia, visto que o Irã é um dos países do oriente com o qual nós temos maior relação econômica.
Precisamos agir com muita força no sentido de brecar a política externa suicida do governo Bolsonaro, que não apensas isola o Brasil, mas nos traz prejuízos econômicos significativos.
Edição: Rodrigo Chagas