Julian Assange, fundador do Wikileaks, tem passado por torturas diárias na prisão, de acordo com pessoas ligadas a ele. Ele está detido em Londres desde abril de 2019, acusado pelos Estados Unidos de conspiração e espionagem.
Um dos denunciantes é o jornalista Vaughan Smith, amigo de Julian. Ele contou que, às vésperas do Natal, o ativista o chamou para denunciar as condições desumanas sob as quais está submetido.
“Ele disse a mim e à minha esposa como estava morrendo lentamente em Belmarsh, onde, apenas em prisão preventiva, é mantido em confinamento solitário durante 23 horas ao dia e é geralmente sedado”, relatou Smith.
Ainda no Twitter, o amigo de Assange disse que o fundador do Wikileaks tem conversado com dificuldade e “lentamente”, em razão dos sedativos administrados a ele. “Soava horrível. Foi muito desagradável ouvi-lo”.
Nils Melzer, relator especial da ONU sobre tortura, também denunciou os maus-tratos, em entrevista ao jornal britânico The Independent. Segundo ele, Assange está muito debilitado e corre risco de morrer em pouco tempo.
“A exposição contínua do senhor Assange a sofrimentos mentais e emocionais graves, à luz das circunstâncias, representa claramente tortura psicológica ou outro tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”, delatou o funcionário das Nações Unidas.
Histórico
Julian Assange é vítima de perseguição desde 2011, um ano depois de publicar uma série de documentos sigilosos do governo estadunidense, denunciando atividades de espionagem e registros de guerra.
Após os vazamentos, os Estados Unidos abriram uma investigação criminal contra o ativista e pediram apoio internacional para puni-lo. Desde então, os norte-americanos pedem sua extradição.
Antes de ser preso pela polícia de Londres, Assange ficou refugiado na embaixada do Equador na Inglaterra, de 2012 até 2019, mas acabou detido após o presidente do país sul-americano, Lenin Moreno, declarar que o fundador do Wikileaks não tinha mais asilo porque violou “repetidamente as convenções internacionais sobre interferência doméstica”.
Edição: Rodrigo Chagas