Em um comunicado emitido neste sábado (11/01) pelo presidente iraniano Hassan Rouhani, o Irã recuou de sua posição sobre a causa da queda do Boeing 737-800, que caiu em Teerã na última terça-feira (07/01) com 176 pessoas, entre tripulantes e passageiros, e admitiu hoje que o voo da Ukrainian Airlines foi abatido por um míssil por engano.
Hassan Rouhani lamentou o erro humano que causou o trágico acidente do avião e disse que aqueles que cometerem um erro tão imperdoável serão processados e investigados, informa a agência IRNA.
De acordo com o texto publicado no site oficial da presidência iraniana, o erro aconteceu em meio a uma atmosfera de "intimidação" pelo governo americano contra a nação iraniana "após o assassinato do general Qasem Soleimani", do qual o Irã tentava se defender.
"Para nos defendermos de possíveis ataques do exército americano, as Forças Armadas da República Islâmica do Irã estavam em alerta total, infelizmente levando a esta terrível catástrofe que matou dezenas de pessoas inocentes por causa de erro humano e disparos errôneos ", observou o comunicado.
Ainda de acordo com o comunicado, Hassan Rouhani afirmou que "a nação iraniana e as famílias das vítimas serão informadas dos resultados das investigações.
Em sua conta no Twitter, o O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, pediu desculpas pela catástrofe.
"É um dia triste. Conclusões preliminares da investigação interna pelas Forças Armadas: erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo dos americanos. Nosso profundo arrependimento, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e às outras nações afetadas"
A sad day. Preliminary conclusions of internal investigation by Armed Forces:
— Javad Zarif (@JZarif) January 11, 2020
Human error at time of crisis caused by US adventurism led to disaster
Our profound regrets, apologies and condolences to our people, to the families of all victims, and to other affected nations.
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A agência de notícias Fars informa que, em mensagem neste sábado (11/01), o líder supremo da Revolução Islâmica aiatolá Ali Khamenei estendeu novamente suas condolências pela morte dos passageiros do avião ucraniano e "ordenou às Forças Armadas que tomassem as medidas necessárias para encontrar falhas e defeitos que levaram ao incidente doloroso".
Em sua mensagem o líder também ressaltou a necessidade de os diretores e oficiais iranianos realizarem os acompanhamentos necessários para evitar a repetição de tais incidentes no futuro.
Em uma entrevista coletiva neste sábado (11/01) o general Amir Ali Hajizadeh, presidente da seção aeroespacial da guarda revolucionária iraniana, também lamentou o acidente dizendo que "preferia estar morto a testemunhar um acidente semelhante", informa a agência de notícias iraniana Tasnim.
O general disse assumir toda a responsabilidade sobre o acontecimento e detalhou o que motivou o erro. "O operador de uma base de defesa aérea perto de Teerã confundiu o avião condenado com um míssil de cruzeiro, mas não conseguiu obter uma confirmação de comandos mais altos por causa de um problema com o sistema de comunicação e finalmente decidiu disparar no alvo, pois teve que tomar uma decisão em apenas 10 segundos", disse na entrevista, informa a Tasnim.
Edição: Opera Mundi