Os trabalhadores da Petrobras aprovaram na terça-feira, 28, em assembleias nas bases o indicativo de greve por tempo indeterminado, contra a demissão de mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 13 sindicatos informaram à gestão da Petrobrás o início da greve a partir do primeiro minuto de sábado (1).
Demissões no rastro da desindustrialização
A política do atual governo de privatização e fechamento de unidades estratégicas da Petrobrás impacta os petroleiros, com demissões em massa e ataques a direitos pactuados em acordos, principalmente, prejudica a população e compromete o desenvolvimento do país.
A destruição da cadeia produtiva de óleo e gás é um dos principais motivos pelos quais a economia do país segue estagnada. A Petrobrás, que era uma das locomotivas do desenvolvimento nacional, reduziu em mais de 50% os investimentos no Brasil. Os R$ 104,4 bilhões investidos pela empresa em 2013 despencaram para R$ 49,3 bilhões, em 2018. Uma queda de 53%.
Sem os investimentos da Petrobrás, o setor deixou de gerar mais de R$ 100 bilhões para o PIB nesse período. Como consequência, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados, o que representa 19% da atual taxa de desemprego. Só no Sistema Petrobrás, foram mais de 270 mil demissões, entre trabalhadores próprios e terceirizados.
Preços de combustíveis abusivos
O aumento dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do diesel também faz parte do pacote de desmonte da Petrobras. Os gestores alteraram não só a forma de reajuste dos preços dos derivados, como colocaram à venda oito refinarias, 13 terminais marítimos e terrestres, 2.226 quilômetros de dutos e ainda privatizaram as distribuidoras de combustíveis. Ou seja, a população está refém do sobe e desce do mercado e exposta às crises internacionais de petróleo.
Quem ganha com isso são as importadoras de combustíveis, que estão lucrando milhões de dólares, enquanto a Petrobrás exporta óleo cru e coloca à venda metade do seu parque de refino. O povo brasileiro paga hoje uma das gasolinas mais caras do planeta.
Com informações da FUP.
Edição: Elis Almeida