Não há motivo para pânico maior em nosso país
O assunto do momento, no âmbito da saúde, é o tal do Coronavírus. Com as primeiras notícias surgidas na China, onde milhões de pessoas encontram-se em isolamento para tentar conter a propagação do vírus, vários outros países do mundo já apresentam casos a esta altura. Até agora foram cerca de 170 mortes, todas na China. Porém é certo que a cada dia este número seguirá mudando e somente com mais tempo é que poderemos compreender melhor o quadro e estimar o que vem pela frente.
Aqui no Brasil, no momento em que escrevo esta coluna, temos nove casos suspeitos em investigação. Este vírus, chamado de Coronavirus, é da mesma uma família de outros vírus que causaram problemas recentemente. Em 2003, com 774 mortes em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), e em 2012, com 858 mortes pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).
Ainda é cedo para se ter uma real noção da proporção que este surto assumirá. Há indícios de que, apesar da rápida propagação, a letalidade deste atual vírus pode ser menor que a do vírus que causou os casos de SARS. Logo, repito, é preciso ter mais tempo e mais elementos para se ter uma perspectiva real sobre até onde vamos com este surto. É importante colocar estes elementos para reforçar que não há motivo para pânico maior em nosso país.
Por ora, precisamos pensar os cuidados sob duas perspectivas: a perspectiva do cuidado individual e do cuidado coletivo. Individualmente, o momento é de reforçar os cuidados cotidianos que devemos ter para evitar doenças como resfriados e gripes: fortalecer o hábito de lavar as mãos, evitar grandes aglomerados quando possível e manter-se sempre hidratado e com alimentação equilibrada.
Coletivamente é preciso que os governos se mantenham preparados para garantir a estrutura necessária para o momento de chegada do vírus por aqui. Faz-se de fundamental importância também preparar os profissionais para lidar com as situações potencialmente perigosas para a nossa população. O atual governo é reconhecido por manter posições que muitas vezes não têm base científica alguma. Porém, mais do que nunca, é preciso cobrar responsabilidade deste governo para a importância de lidar com a ciência e com as evidências científicas. Espero que não seja demais pedir por isso, pois está em jogo a saúde da população brasileira.
Edição: Monyse Ravena