Os políticos que assumiram o comando do país desde o golpe de Estado de abril de 2016 já mostraram que estão envolvidos com corrupção, ainda que dissessem o contrário. As denúncias na delação do proprietário da JBS enterraram o governo Temer quando ele já começava a falar em superação da crise.
A repressão brutal do ato do dia 24 (ontem) contra uma manifestação pacífica de 200 mil pessoas, em Brasília, mostra o descontrole de Temer, que convocou as Forças Armadas por medo da mobilização popular. O que neste momento representa um risco profundo à democracia.
Há uma divisão no bloco que tomou conta do Estado brasileiro desde o golpe de 2016. O grupo em volta de Temer é marcado por diversas denúncias. E, de outro lado, PSDB, Rede Globo e setores conservadores buscam sua saída, mas não querem eleições diretas. O afastamento do presidente do PSDB, Aécio Neves, não impede que o partido mantenha o controle do Estado, agora via eleições indiretas.
No fundo, todos temem que, ao abrir votações, sofram uma derrota para um candidato de apelo popular. O povo certamente escolherá uma candidatura em defesa dos direitos trabalhistas e sociais e não o contrário. Por isso, a luta pelas Diretas, Já! lembra a luta feita nos anos 80. Não para ser repetida. Mas para lembrarmos que a democracia no Brasil não é algo do gosto dos ricos. A queda de Temer é certa, mas só milhões nas ruas podem retomar o direito do voto.
Fora, Temer, Diretas, Já! E reforma política com Constituinte Popular são bandeiras que mobilizam cada vez mais milhares de pessoas.