Num cenário de 13,4 milhões de desempregados, fechamento de empresas e aumento da pobreza da população, a política econômica do governo fomenta um setor que só cresce: os bancos, que seguem lucrando alto com a mercadoria chamada dinheiro.
De acordo com o estudo “Desempenho dos Bancos 2018”, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2018 os bancos Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa aumentaram em 16% o lucro líquido no comparativo com 2017. Juntos, somaram R$ 86 bilhões e entre os fatores está o aumento de 6,9% da receita com cobrança de tarifas e serviços, que somaram R$ 135,2 bilhões no período.
Os bancos também reduziram despesa com pessoal (fecharam mais de 3 mil vagas, com demissões sem novas contratações). De acordo com o Junior Cesar Dias, presidente da FETEC/PR, é importante entender que o lucro é inversamente proporcional às contratações. “A geração de empregos no setor não corresponde ao lucro. Quanto mais os banqueiros estão lucrando, menos estão empregando”, afirma o dirigente.
Fechamento de postos
Um dado sobre o emprego bancário é a eliminação, pelo Bradesco, de 60% dos mais de 20 mil trabalhadores incorporados do HSBC em 2016. Foram 10.188 postos fechados, entre setembro de 2016 (data da consolidação) e dezembro de 2018.
O relatório também destacou uma inversão do papel dos bancos públicos, que nos anos de governo Lula e Dilma atuavam como fomentadores do acesso ao crédito e a partir do governo Temer deixaram de incentivar a economia do país, política mantida pelo governo Bolsonaro.
O Dieese observa que a tramitação da PEC 06/2019, rechaçada pelo movimento sindical, também beneficia os bancos. “Com a Reforma da Previdência os banqueiros vão ganhar mais uma vez. Se passar a capitalização, quem vai administrar (e lucrar com isso) são os bancos”, finaliza Dias.