Apesar de ser um direito garantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, CNJ, muitas pessoas da comunidade LGBT começaram a se movimentar para antecipar casamentos para este ano, por conta da possibilidade de retrocessos após a posse de Jair Bolsonaro.
É o caso de Karen Marcolino, que está à frente da organização de um casamento coletivo e também irá se casar. Conta que tudo começou numa reunião de amigos, após a eleição, “quando conversávamos sobre os retrocessos que estão por vir. Uma amiga, advogada, disse que gostaria de nos assessorar. A ideia foi lançada nas redes sociais e apareceu DJ, maquiadora, cozinheiras, cantores e estamos nos organizando para fazer o casamento coletivo no civil. Vai ser um festão”, conta.
Karen é trancista e estudante de Pedagogia, e vive há 5 anos com a cozinheira e estudante de História Jessica numa união estável. “As pessoas não consideram nosso amor como amor. Elas criam o filho de Karen e dizem que já enfrentaram muitas dificuldades. “Nosso maior medo em 2018 foi a eleição de Bolsonaro, pois todos sabemos que ele incita todo tipo de preconceito. Resolvemos nos casar agora com medo de que não tenhamos mais esse direito.”
O professor de direito constitucional da Universidade Positivo Eduardo Faria explica que “um presidente não revoga uma decisão do Conselho Nacional de Justiça. O que pode acontecer é a proposta de um novo projeto de lei, mas que ainda precisa ser votado no Congresso e pode ser considerado inconstitucional”, referindo-se à possibilidades de restrição às uniões homossexuais.