O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quinta-feira (30), em Curitiba (PR), a visita dos líderes sindicais Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e Stanley Gacek, dirigente da Federação norte-americana dos comerciários e dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia (UFCW), que representa um milhão e 300 mil trabalhadores dos EUA e do Canadá. Após o encontro com o petista, os dois conversaram com a militância na Vigília Lula Livre.
“Ele continua desafiando o Moro. Não há nenhuma prova. Qual é a prova concreta? O presidente é inocente e está politicamente preso. Ele vai lutar a vida toda para sair daqui”, resumiu Freitas.
Em um dia marcado por mobilizações de rua em todo o país, a conversa dos três girou em torno da importância da Greve Geral do dia 14 de junho e da necessidade de se derrubar a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro (PSL). “Esse projeto é para entregar a Previdência para os banqueiros. O presidente [Lula] sabe disso, e está mandando mensagem uma de indignação. O povo brasileiro é vítima, como Lula, da operação Lava Jato, que acabou com a indústria brasileira”, acrescentou o dirigente da CUT.
“Ele tinha mais liberdade naquele momento”
Gacek, líder da UFCW, mostrou-se conhecedor da realidade e história do Brasil e afirmou que trouxe a Curitiba a solidariedade do sindicalismo internacional neste dia 30. “Temos que incluir na campanha o teor de que Lula é inocente. Para mim, foi um momento especial, a primeira vez que o visito. Mas minha relação com o presidente data de 1981, quando eu fazia parte de comitiva de solidariedade com Lula, quando ele foi condenado e eventualmente inocentado pela justiça militar. Mas, como eu falei em julho, ironicamente ele tinha mais liberdade naquele momento [durante a ditadura]”, lamentou.
Todas as quintas-feiras, Lula recebe a visita de amigos e companheiros de militância. O encontro dura uma hora, e os visitantes são convidados a expor os principais temas da conversa aos apoiadores, que ficam do lado de fora da Superintendência da Polícia Federal (PF).
O ex-presidente está preso sem provas desde 7 de abril de 2018.