Este domingo (15) marcou a maior série consecutiva de títulos no futebol estadual. A Associação Acadêmica e Desportiva Vitória de Santo Antão ergueu o seu sétimo troféu do Campeonato Pernambucano de Futebol Feminino, numa série imbatível que se iniciou em 2011. A vitória por 4×1 sobre o Joias Raras mostrou a soberania sobre as rivais, que levaram a pior também no primeiro jogo da final, em que o Tricolor das Tabocas goleou por 6×0. A equipe foi campeã invicta e com 100% de aproveitamento.
Favorito desde o início, o Vitória conta com a parceria da Faculdade Escritor Osman Lins (FACOL), que mantém a equipe oferecendo bolsas de estudo às atletas. A estrutura com rotina de treinos se reflete dentro de campo, com uma grande diferença técnica. O clube é o 2º colocado no ranking da CBF e está entre as primeiras posições no ranking sul-americano.
Lideradas pela técnica chilena Macarena Celedon, a equipe triturou seus adversários. Na primeira fase a única equipe do Grupo A que mostrou alguma resistência foi o Santa Cruz, batido por 2×1 num jogo de lances polêmicos. Mas a equipe vitoriense passou fácil por Revelação (8×0), Barreirense (17×0) e Íbis (9×0). Na semifinal venceu os dois jogos contra o vice-líder do Grupo B, o Náutico: 4×1 nos Aflitos e 2×0 no Carneirão. Na final tiveram pela frente o aguerrido Joias Raras. Azarão da competição, o “Joinha” foi líder do Grupo B na primeira fase, com três vitórias (sobre CODIF, Ipojuca e Bom de Bola) e um empate (contra o Náutico), superando o Santa Cruz nas semifinais. Mas na decisão o Vitória mostrou superioridade aplicando dois placares elásticos que somam 10×1. As partidas foram no Estádio Paulo Petribu, cidade de Carpina.
O Tricolor das Tabocas teve ainda a artilheira da competição. Com dois gols no último jogo da final, a atacante Juliana chegou a 12 tentos e superou sua colega de ataque e principal adversária na disputa pela artilharia, a atacante Érica. A jovem de 19 anos anotou 11 gols, sendo três no primeiro jogo da final e mais um na segunda decisão. Com 9 gols, a atacante Alice, do Joias Raras, ficou em terceiro na disputa pela chuteira.
Não houve tristeza do lado das vice-campeãs. A equipe laranja surgiu em 2012, reunindo atletas sem clube que tiveram passagens pelos times da capital. O objetivo era disputar o Recife Bom de Bola, torneio organizado pela Prefeitura. Após três títulos nos campos de várzea, ganharam a oportunidade de disputar o Campeonato Pernambucano deste ano. Chegaram à final e mostraram que têm qualidade para disputar taças nacionais – mas ainda não será desta vez. Por ser “informal” a equipe não pode ficar com nenhuma das três vagas do estado para a Copa do Brasil deste ano. Disputarão o torneio nacional as equipes do Vitória, Náutico e Santa Cruz.
Um dos destaques do Joinha, a goleira Baby, 21, diz que já sabia que não teriam a vaga, mas reclama da situação e alimenta esperanças. “Chegamos à final e temos qualidade para disputar a Copa do Brasil. Vamos esperar para ver se algum clube topa nos assumir, cedendo sua camisa para podermos disputar a taça. Acho injusta essa situação, porque chegamos à final, somos merecedoras. Mas não vamos disputar por falta de estrutura, que é consequência de ninguém apoiar ou acreditar no futebol feminino, mesmo tendo qualidade. O Joias Raras é um exemplo disso”, opinou.
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TERCEIRO LUGAR – O Náutico bateu o Santa Cruz na disputa pelo terceiro lugar. As alvirrubras bateram as tricolores por 3×1, após um empate em 1×1 na primeira partida. As duas equipes conquistaram as vagas na Copa do Brasil de Futebol Feminino, que acontece no segundo semestre. O Sport Club do Recife, que já foi vice-campeão do torneio em 2008, sequer montou equipe feminina de futebol este ano.