Depois de rasgarem a Constituição Federal e derrubarem uma presidente eleita com mais de 54 milhões de votos, as elites brasileiras organizam-se para aniquilar direitos e os avanços ocorridos desde a eleição do primeiro governo Lula (2003). Para isso, contam com ampla maioria na Câmara dos Deputados e Senado, além do apoio dos grandes meios de comunicação, como a Globo.
Porém, as elites têm diante de si dois problemas: o primeiro é a resistência das organizações populares contra esses ataques neste mês de março; o outro ponto são as pesquisas de opinião de diversos institutos que apontam a vitória de Lula contra qualquer adversário.
Lula segue com enorme popularidade, mesmo com a perseguição movida pelo juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato – com o apoio da Globo e demais redes de TV, rádio e jornais comerciais. Prender o ex-presidente e tirá-lo da próxima disputa eleitoral de 2018 é o objetivo, mesmo que nada se prove contra ele. A conta da Lava Jato não fecha se Lula não for preso.
O ex-presidente deve prestar depoimento, em Curitiba, no dia 3 de maio. Os movimentos sociais chamam suas bases a mobilizar-se, num ato político de solidariedade e de denúncia das arbitrariedades de Moro.
A volta de Lula pelas urnas é o pesadelo dos ricos. Mas é preciso mais que uma eventual reeleição. É preciso que ela venha acompanhada de um programa de mudanças profundas em torno do qual se construam alianças com o povo e suas organizações.
Gustavo Erwin "Red" é assessor da secretaria de movimentos sociais do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.