Os anos recentes trouxeram mudanças ao Brasil.
As notícias que veiculamos aqui, no Brasil de Fato, não têm sido boas ao povo brasileiro. A democracia foi abalada; a política, embrutecida. As riquezas nacionais, varridas; as reservas socioambientais, devoradas. Direitos trabalhistas e previdenciários foram rebaixados. Os empregos não vieram. Práticas racistas, machistas e homofóbicas têm sido mais incentivadas do que antes. A educação e a cultura têm sofrido ataques avassaladores, colocando em risco a produção de bens tecnológicos e artísticos brasileiros, que também movimentam nossa economia. Foi na carne, por fim, que nos cortaram. As condições de vida têm sido rebaixadas. Os mais pobres são os que mais sofrem. A alta do preço da carne é um dos mais recentes símbolos de uma prosperidade somente para os ricos.
Os tempos de hoje são de seriedade para que possamos erguer a cabeça e enfrentar a realidade. As explosões de contestação em países latino-americanos mostram que o resultado final não está dado. No Brasil, experiências econômicas solidárias, a organização, a educação e a comunicação popular devem crescer e se consolidar como um caminho de resistência, como mostra nossa última edição especial de 2019.
O mar dos acontecimentos, de fato, é agitado. Ao povo, o fim da História nunca está dado.
*Título do editorial é um trecho de poema do russo Vladimir Maiakovski.