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Início Bem viver Cultura

Coco

Mestre Zé Negão e sua Laia: memória e resistência da cultura popular pernambucana

A partir de financiamento colaborativo, o grupo musical está organizando lançamento de disco

01.fev.2020 às 18h39
Recife (PE)
Marcos Barbosa
Mestre Zé Negão e Patrícia Araujo, integrante do Coletivo Laia, junto ao Canto das Memórias Zé Negão, na casa do Mestre

Mestre Zé Negão e Patrícia Araujo, integrante do Coletivo Laia, junto ao Canto das Memórias Zé Negão, na casa do Mestre - Mestre Zé Negão e Patrícia Araujo, integrante do Coletivo Laia, junto ao Canto das Memórias Zé Negão, na casa do Mestre

Mestre Zé Negão, em parceria com o Laboratório de Intervenção Artística (Laia), está realizando campanha para lançamento do primeiro disco da sua carreira musical. Conhecido por seu trabalho em comunidades de Camaragibe, município da Região Metropolitana do Recife, o Mestre já conta com mais de 40 anos de dedicação à manutenção da memória e repasse da tradição. O disco se chamará “Tumbeiro”, nome dado aos navios de pequeno-porte que traziam escravos da África ao Brasil no período colonial.

Oficialmente batizado como José Manoel dos Santos, O Mestre é natural de Goiana, município do litoral pernambucano. Nascido em 1950, na rua das Quintas, é filho de Maria, descendente de indígenas, e Joaquim, descendente de escravos. Desde pequeno, cultiva um encantamento pela cultura popular e memória do povo pernambucano. “Minha brincadeira era olhar ensaio de maracatu, cavalo marinho, pastoril, samba de nego, o xangô, me admirava vendo os ogãs trabalharem”, relembra o Mestre.

Todo ano, o Mestre gostava de ir aos encontros de coco, festa que acontecia nos engenhos de cana-de-açúcar. Foi aí que começou a perceber que tinha um grupo de coco que tocava de um jeito diferente. “Tinha o coco de resposta, com dois cantadores, um atacando o outro. Tinha o coco de terreiro, que tinha uma obrigação, todo mundo ia vestido como se tivesse no terreiro. E tinha um coco que eu ficava sem entender, as letras pequenas, uma pancada muito rápida, o povo dançava, pulava e dava rodada. Eu ficava encantado com aquele coco”. Era o coco de senzala, ao qual Mestre Zé Negão se dedicou.

Com o passar dos anos, a vida em Goiana foi ficando difícil e foi necessário migrar com sua família para o Recife, nos anos 1980, quando começou a brincar com samba nas noites da capital pernambucana. “Tocava o samba pra comer. O bar dava o dinheiro pro grupo e a gente dividia, era dinheiro bom, não era muito, mas dava pra pagar passagem. Brinquei muito tempo na feira também”, conta. Desde que começou a viver na comunidade de João Paulo II, em Camaragibe, o Mestre vem desenvolvendo, junto à população, trabalhos voltados à comunidade. Sua casa, onde vive com sua companheira Dona Fátima, nunca foi apenas seu espaço de moradia, em decorrência de uma inquietação que ambos traziam. O lar se tornou um espaço de agregação da comunidade, onde eram realizadas oficinas de serralharia, costura, percussão voltada ao coco senzala, música e tinha, até, dois times de futebol.

No início dos anos 2000, o Mestre teve seus primeiros contatos com a Laia, coletivo formado por jovens comprometidos com a difusão e preservação da memória dos mestres da cidade. “Entendemos e difundimos os saberes dos mestres, das nossas árvores mais velhas, mantendo e nos encontrando no mundo, e resistindo a todo o processo de separação das comunidades. Desenvolvemos atividades que são voltadas a isso, à construção de nossas identidades”, declara Patrícia Araújo, integrante do Coletivo Laia. Há alguns anos, o Coletivo realizou um mutirão de reforma da casa, onde agora acontecem a Sambada da laia, as oficina de música e dança, oficina de corte e costura, aulas de reforço, cineclube, além de receber visitas de escola. Nesse trabalho coletivo, feito pelos próprios integrantes do grupo, foi criado o “Canto das Memórias Mestre Zé Negão”, onde são guardados livros, instrumentos musicais, fotografias, certificados, tudo aquilo que remete à memória do Mestre e das ações desenvolvidas João Paulo II afora.

Mestre Zé Negão e sua Laia, como gostam de ser chamados, estão trabalhando juntos há mais de uma década. O grupo é formado, atualmente, por Marcone, Ana, Ane, Míriam e Patrícia, além, é claro, do próprio Mestre. Esse ano, eles iniciaram campanha para a concretização de um sonho do grupo: a gravação do disco “Tumbeiro”. As 15 canções que vão compor o “Tumbeiro” serão selecionadas de uma lista de mais de cem, mas tem duas que o Mestre faz questão que estejam presentes. A primeira delas é uma homenagem a Tupã, entidade da mitologia tupi-guarani, que canta: “Oh Tupã, meu grande pai, escute que eu vou pedir, ‘tô’ entrando no seu rio pra pescar e me banhar. Nas suas águas sagradas, meu pai eu vou me banhar”. A outra canção, relembra o sofrimento e resistência do povo negro, cuja força foi explorada na construção das cidades, mas que nunca são lembrados nas obras históricas e avenidas: “Na frente da casa grande tem um tronco de jaqueira. É onde amarrava negro, pra sofrer a vida inteira”.

O projeto está sendo feito de maneira independente e, para ser viabilizado, está sendo realizada campanha de financiamento colaborativo, com arrecadação direta em conta bancária. A ideia é que as pessoas que conhecem o Mestre, e que já acompanham o seu trabalho com a Laia, possam ajudar na realização desse desafio e se sintam parte da obra, que é uma homenagem à cultura do povo Pernambuco. Para colaborar, é necessário o depósito ou transação com os dados: Caixa Econômica Federal, Agência: 3017, Operação: 003, Conta Corrente: 1415-5, CNPJ: 10.370.048/001-45 Laboratório de Intervenção Artística – Laia.

Editado por: Monyse Ravena
Tags: artePERNAMBUCO
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