Na madrugada deste sábado (1), os cinco dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) que ocupam uma sala do quarto andar da sede da Petrobras, na região central do Rio de Janeiro, receberam a visita de um oficial de Justiça.
“Ele entrou por volta das 5h, queria verificar as condições da ocupação”, disse Deyvid Bacelar, um dos dirigentes da FUP que ocupou o local. Por volta de 1h, a Petrobras solicitou à Justiça a reintegração de posse do edifício, alegando que os petroleiros estão atrapalhando o funcionamento das atividades no prédio.
“Obviamente não estamos impedindo nenhuma atividade no prédio, estamos ocupando uma sala no quarto andar do prédio, no setor de Recursos Humanos”, explica Bacelar. Com quase 24 horas de ocupação, os petroleiros estão se alimentando com lanches que levavam em suas mochilas, mas reclamam da água do local.
“Cortaram a energia, com isso, o ar-condicionado parou de funcionar e está muito quente aqui. Com a alimentação está tudo bem, mas a água é péssima. Aliás, é um sinal do descaso com uma estatal importante, a Cedae (Companhia Estatal de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), que foi sucateada pelo governo do Rio de Janeiro. Chega de sucateamento de estatais, também estamos aqui por isso”, explica o petroleiro.
Ocupação contra demissões
Os petroleiros ocuparam a sede da Petrobras na última sexta-feira (31). Eles afirmam que só vão deixar o local se a direção da empresa voltar atrás na decisão de dispensar mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), e de não cumprir o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
O Acordo Coletivo de Trabalho foi assinado em novembro do ano passado pela Petrobras e por suas subsidiárias, com chancela do Tribunal Superior do Trabalho. Segundo a FUP, as demissões em massa na Fafen ocorreram sem nenhuma comunicação prévia ao sindicato ou à FUP.
A ocupação corre em paralelo à greve da categoria, que teve início às 0h deste sábado (1). De acordo com Bacelar, 13 estados aderiram à paralisação. Segundo o petroleiro, todas as refinarias dessas unidades da federação estão em processo de privatização, outra pauta dos sindicalistas.
“A expectativa é que tenhamos uma resposta positiva, principalmente por conta da greve, que teve uma importante adesão da categoria. Só sairemos daqui quando tivermos um retorno sobre as mil demissões na Fafen. Por outro lado, seguimos firmes na luta em defesa da mais importante empresa brasileira”, finaliza.
Edição: Mauro Ramos