Em entrevista à Globo News, o governador do Paraná, Ratinho Jr., defendeu privatizar a gestão dos presídios. Ao se referir o modelo de sua preferência, citou o que acontece nos Estados Unidos. Modelo que o próprio o governo americano está voltando atrás.
Em 2016, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que as prisões federais privatizadas voltariam para o governo. A subsecretária de Justiça dos EUA, em memorando na época, disse que “as prisões privadas tiveram papel importante durante um período difícil, mas o tempo mostrou que têm desempenho inferior se comparadas às nossas instalações.” E “não oferecem o mesmo nível de serviços correcionais, programas e recursos, não apresentam redução significativa de custos e não mantêm o mesmo nível de segurança e proteção.”
A decisão do governo dos EUA se deu após a publicação do órgão equivalente ao Ministério da Justiça brasileiro, que analisou 28 unidades prisionais. Entre os dados levantados, classificam-se as prisões privadas como mais perigosas que as públicas, com falhas na fiscalização, maior número de agressões, contrabandos e motins etc.
Combate a organizações criminosas
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Ricardo Miranda, contrário à proposta de privatização, cita principalmente a importância de profissionais concursados para combater as organizações criminosas.
“Só quem consegue fazer o real enfrentamento às organizações criminosas hoje são os agentes penitenciários, por serem profissionais concursados, treinados e preparados para a função. Como poderemos assegurar que um trabalhador que pode ser demitido a qualquer momento vá fazer o enfrentamento a líderes de organizações criminosas?”, questiona.