Na dança nossa existência tem um fluir. Vai e segue as correntes tuas e a do outro. Mas neste nadar tem uma condição, uma intencionalidade desde dentro de uma lógica mentalizada de esquemas que educam seu corpo. E um, dois, um, dois… Hipnotizadora. Sei lá. Você acha que nunca pode saber mais do que foi condicionado. Caixinhas. Você já foi domado pelo organismo da multidão. Mas ali éramos crianças expostas.
E depois, no salão, a emoção era ainda maior. O vinho era sedutor. Mas embargava. E quando ela chega, parece inundar uma embriaguez transcendental. C tem uma maciez própria, ela sabe incitar a condução. Um passo curto, leve, mas imponente. Será que estava num sonho, preso à alguma loucura? A mão rigidamente posicionada, mas totalmente macia e sedutora ao mero toque, indicando a direção certa, me levando a levá-la.
E o enigma dela é… Ainda era inexpugnável. Todos temos um segredo? Somos algum tipo de fortaleza? Ela indica que tenho de fazer e neste fluir, um, dois, um, dois, pareço sonhar, fluir. Hipnose. E o vinho. E no limiar parece que o real, era apenas uma metáfora dela.