A Portuguesa de Desportos caiu para a Série D no último final de semana. A derrota para Tombense por 2×0 no domingo (18) pode ter sido um dos últimos capítulos do clube, que agoniza em dívidas e outras dificuldades extra-campo para sobreviver.
A tradicional equipe da colônia lusitana em São Paulo acumula, em dívidas, cerca de R$ 230 milhões. Somente R$ 70 milhões são passivos trabalhistas. As receitas, por sua vez, não param de cair. O clube conta com cerca de 3,500 sócios que não pagam em dia. No caso da televisão, as verbas foram de R$ 20 milhões para R$ 5,6 milhões. Os patrocinadores também reduziram seus investimentos de R$ 3,7 para R$ 1,4 milhão. Os dados são do jornalista Cosme Rímoli.
Como se não bastasse, o estádio poderá ser leiloado para o pagamento de credores a qualquer momento. Para piorar a situação, a Portuguesa só tem direito a 45%, uma vez que o restante pertence à Prefeitura de São Paulo. A situação é caótica? Mas onde começou o fim?
Rebaixamento
Em 2013 o clube, que foi vice-campeão brasileiro em 1996, foi rebaixado para a Série B do campeonato brasileiro. O motivo foi escalação irregular do jogador Héverton que entrou no segundo tempo da última partida do campeonato. O caso gerou suspeita. Órgãos públicos, como o Ministério Público, foram investigar. Chegou-se a cogitar a venda da vaga. Setores da imprensa falaram em milhões pagos pela vaga na Série A. Mas nada foi provado.
Agora, três anos depois do polêmico caso Héverton, nada foi provado. A Portuguesa disputará a última divisão do futebol brasileiro em 2017. O clube que formou jogadores como Djalma Santos, Dener e Zé Roberto, está caminhando para um triste fim.