O centro da cidade do Recife é também um polo comercial. Os milhares de lojas e ambulantes que dividem espaços e fregueses também anunciam a aproximação de datas comemorativas. No período pré-carnavalesco não é diferente. As cores e as fantasias tomam conta das prateleiras e dos tabuleiros dispostos pelas ruas e pelas calçadas.
Neste período, os artigos necessários para o material escolar têm dividido a atenção com os adereços e as roupas carnavalescas. Não precisa caminhar tanto para encontrar o que se procura, mas "lá para dentro", nas ruas de mais difícil acesso, os preços são mais atraentes.
Na Rua de Santa Rita, que fica atrás do Mercado de São José, por exemplo, tem adereços para todos os gostos e bolsos. Desde o famoso “headband”, que são os arcos para cabelo, que custa R$ 3,50 até algumas presilhas em neon custando R$ 30. Outro queridinho que tem em todas as lojas são os brilhos, sejam em pó ou adesivos. As cores e os formatos são vários e diversos, como é, de fato a pluralidade da festa de momo em solo recifense.
Andando mais um pouco até a Rua das Calçadas, os tabuleiros estão abarrotados de fantasias infantis e adereços para a cabeça. Natália Reis, 78 anos, ajuda a cunhada em uma barraquinha de fantasias infantis há muitos anos, porque gosta de interagir com as pessoas e ouvir as histórias, mas diz que não perde tempo em convencer as pessoas a levarem a fantasia para os filhos. “As pessoas já começaram a procurar muito pelas fantasias. Elas só não estão gostando muito dos preços, mas a gente não tem para onde correr. Todo ano sobe R$ 5 ou R$ 10 no preço das unidades. Tem para todos os gostos, desde R$ 35 que são os palhacinhos e a gente vende muito, até de vampiro e de Chaves, que custa R$ 50”, conta. No ranking das mais procuradas, Natália é rápida em dizer que disparadamente é a fantasia dos personagens Moana e de Mário Bros.
Aline Silva é da cidade de Bom Conselho, no agreste de Pernambuco, mas mora na capital. Ela é artesã e está colocando suas produções à venda também na rua das calçadas. É o primeiro ano em que ela está expondo na rua, mas já avalia que vale a pena. “Tem muita gente, está bem agitado. Aos sábados mesmo, é uma loucura. Além daqui, eu vendo pela internet e no boca a boca. Se a pessoa chegar aqui com uma ideia, eu faço”, conta.
Para Ladjane Veloso, agora é que as vendas devem aumentar. A comerciante trabalha com produtos para recém-nascidos o ano todo e há seis anos, nesta época, ela troca os produtos pelos artigos de carnaval. “O momento pede. A gente tem essa oportunidade de vender mais. As vendas estão melhores do que no ano passado, mais ainda não está no ápice, porque o pessoal ainda está comprando os materiais escolares. Semana que vem, quando começam as aulas, é que o povo se preocupa com o carnaval”, diz.
Sobre o que tem sido mais procurado, Ladjane conta que não dá para deixar de ter os “clássicos”, que são adereços para fantasia de noiva, diadema de diabinha, de sol, da lua. “Este ano ainda não teve o adereço da moda. Ano passado foi a Malévola e da Jennifer [por causa da música de Gabriel Diniz]. Mas, este ano, ainda não apareceu e o povo está seguindo a tendência do ano que passou”, afirma.
A servidora municipal Maria do Perpétuo Socorro estava correndo para dar conta das compras no intervalo do almoço. Da barraquinha de Ladjane, ela levou uma headband de flores, que planeja usar no bloco de carnaval do trabalho. Mas ela já carregava várias sacolas porque tinha comprado os adereços que faltavam para a fantasia da personagem Pedrita, do desenho animado Flintstones. “Eu amo carnaval, brinco aqui e brinco em Bezerros [no interior de Pernambuco], que é também muito bonito. Este ano, nos adereços, acho que vai ter muito neon e muito brilho.”
Ana Catarina, outra cliente, levou 20 tiaras com rosas em neon diferentes. “Estou organizando a festa de 70 anos da minha irmã que será no tema de carnaval. Essas tiaras me chamaram atenção por causa das cores, que estão bem alegres”, conta.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Camila Maciel e Monyse Ravena
