Porto Alegre

Frida, Violeta Parra e mulheres anônimas ganham vida no corpo da atriz Juçara Gaspar

Em entrevista ao Brasil de Fato RS, a artista gaúcha fala sobre seu processo criativo e a luta feminista

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Frida Kahlo, À Revolução! está em cartaz no Porto Verão Alegre - Foto: Arquivo Pessoal/Adriana Marchiori

Parafraseando Eduardo Galeano, há mulheres atravessadas na garganta, peito, ventre, pálpebras de Juçara. Mulheres que gritam e que não se calam. Mulheres fortes, livres, sofridas, históricas, anônimas. Seus amores, dores, a violência cotidiana, o silêncio perpetuado, que quando grita, liberta.

Aos 41 anos, a artista gaúcha Juçara Gaspar, nascida no dia da Santa Negra em 12 de outubro, mãe de dois meninos, companheira do músico Luciano Alves, em entrevista ao Brasil de Fato RS, fala da peça em cartaz no evento Porto Verão Alegre: Frida Kahlo, À Revolução!. Ela aborda também o momento atual e, sobretudo, o silêncio a que as mulheres são levadas pela violência, pela medo e pela vergonha.

“Nós vivemos um processo de silêncio durante muitos anos. Tem mulheres que agora estão começando a aprender, a desenvolver suas próprias opiniões. É uma coisa que está no cimento, uma coisa aprisionante. Para quem foi calada a vida toda é difícil começar a falar, aprender a falar. Eu aprendi a falar com dificuldade também, mas agora que eu aprendi a falar, eu grito.”

Nesta entrevista, permeada de risos, lágrimas e suspiros, Juçara reforça a sororidade entre as mulheres. Assim como muitos artistas, chamados de vagabundos pelo presidente Jair Bolsonaro, ela faz do palco, do teatro, a sua resistência, a sua trincheira, como ela mesmo afirma.

Frida Kahlo, À Revolução! está em cartaz de quarta-feira (5) a domingo (9), às 21h, no Teatro Ciee. Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato RS - Gostaria que você falasse desses 10 anos da peça Frida Kahlo, À Revolução!.

Juçara Gaspar - Comecei a pesquisar a Frida em 2008 e fiquei um ano com esquete apresentando onde chamavam, com entrada franca, utilizando muito a questão da recepção, conversando com as pessoas, vendo o que elas achavam. Nesse processo, já tinha comigo o Luciano Alves, meu companheiro, que criou a trilha sonora, e a minha amiga de infância, Lara Coletti, cenógrafa, que compartilha comigo a produção do espetáculo hoje. Começamos de forma despretensiosa. Eu estava sem grupo na época, sem diretor, havia saído de um grupo no qual tinha ficado muitos anos, um grupo numeroso, o Arde Arte, que tinha direção do João Ubiratan Vieira, e estava meio órfã.

Foi incrível, não sei como a gente começa uma coisa, como essa coisa nos toma, ou como a ideia vem. Mas o fato é que, na primavera de 2009, entre setembro e outubro, estreamos no Teatro Túlio Piva, que hoje está fechado. Nós temos tantos espaços sucateados, e ficar sem um dá uma diferença grande para a classe, para o trabalho que a gente desenvolve.

A Frida me tomou completamente, foi um pouco antes desse segundo boom dela, o primeiro foi nos anos 80, quando ela ficou conhecida por causa de uma capa da revista Vogue, que trazia uma coleção de moda inspirada nela. O segundo, também uma coisa americana, por conta do filme de 2002, Frida, da Julie Taymor, estrelado pela Salma Hayek. Fui assistir ao filme só em 2007, e nessa época estava fazendo um curso com a Ana Cecília Reckziegel, no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DAD - UFRGS), que se chamava Corpo, Voz e Ação. Fiz esse curso onde tínhamos que apresentar uma partitura corporal e como estava com as imagens do filme muito claras na cabeça, resolvi fazer sobre a Frida.

Eu tinha conhecido a Frida quando tinha 17 anos, mas achava ela estropiada demais, eu já era uma adolescente meio deprê, lia muito Edgar Allan Poe, Conde Lautréamont, Florbela Espanca. Na época pensei: não quero isso para mim, é muito dolorido. Fui encontrá-la 10 anos depois. Fiz a partitura, apresentei, depois desenvolvi uma esquete de 20 minutos, com a qual ganhamos o prêmio do júri popular em São Leopoldo no 1º Festival de Esquetes.

Nessa época haviam poucas publicações sobre a Frida traduzidas para o português. O início da pesquisa foi difícil. Lia com um dicionário sempre ao lado. Hoje em dia não consigo parar de pesquisá-la, uma porque sou apaixonada por ela, que é uma fonte inesgotável de inspiração e de protagonismo, outra porque as publicações sobre ela se proliferam, nos mais variados enfoques: médicos, filosóficos, arte, feminismo, etc. Além disso, meu espanhol está bem mais afiado.

Quando eu comecei essa pesquisa, convidei o Daniel Colin para dirigir a peça. Então ele está com a gente, há 10 anos, compartilhando desse amor. Esse foi nosso início, uma história de coincidências, de muitas mãos ajudando inclusive da minha mãe, eu me emociono falando isso, a dona Catu.


Espetáculo tem interação com público / Foto: Dona Mariana Fotografia

Qual a importância da Frida Kahlo no contexto atual, o que ela te ensinou?

Primeiro, uma revolução pessoal. Uma mulher foguete, uma personalidade foguete em um corpo em desintegração, como ela dizia. Como se reinventar com dor o tempo todo? Como ter essa gana pela vida que ela tinha, essa alegria, que ela intercalava muito entre cirurgias e momentos acamados? Há momentos que ela andava com bandos pelo México, porque ela e o Diego acabaram recebendo muitos artistas e personalidades mundiais, como Jaqueline Lamba, María Izquierdo, Lola Álvarez Bravo, Remedios Varo, Trotski, André Breton, Tina Modotti, nessa aldeia que é Coyoacán. O fato precursor de uma mulher entrar no museu como artista, e não como a musa, nua, lânguida das mentes maravilhosas e criativas dos homens. São mil influências e inspirações. O agregar e empoderar as mulheres.

Ela foi muito privilegiada por ter um pai que gostava de arte e de filosofia, porque o pai era o elo da família com a sociedade. Então se o teu pai disse que tu pode estudar, tu pode estudar.

A Frida, e todas as mulheres que pesquiso, e que a Frida me apresentou, têm uma coisa muito forte com a educação. Elas sabiam que era uma forma de libertação, algumas não podiam acessar. A Frida é da primeira turma de mulheres da Escola Preparatória de Medicina, era como dois mil homens na escola e uma turma de 40 mulheres. Não nos era permitido acessar o ensino intelectual. E a Frida tem esse precursionismo em tudo isso.

Essa coisa de agregar mulheres vem da Frida também, os meus outros projetos com certeza. Outra coisa que me inspira muito, além de entrar no museu como uma artista, é o de pautar um universo feminino que era para proscritos das artes: a gente sangra todo mês e o sangue não está em tela nenhuma, assim como partos, amamentação, abortos. Ela retratava a nós (mulheres). Então é uma arte perigosa porque é destinada a um certo público para quem nunca antes ninguém tinha falado, nunca antes ninguém tinha pintado nunca antes ninguém tinha pensado.

Falávamos, antes de começar a entrevista, de mulheres latino-americanas fortes, como Violeta Parra, Mercedes Sosa e tantas outras. No conceito de agregar mulheres, tu tens outra peça que produziu, chamada Mulheragem, e que também fez parte do Porto Verão Alegre. Fale um pouco dela.

Com a Frida, acabei entrando forte em uma pesquisa de identidades femininas latino-americanas. Conheci várias, algumas estou conhecendo. A Parra me vem bem na época que eu estava estudando a Frida. Eu abandonei ela um pouco para me aprofundar na Frida, e durante a gravidez do meu segundo filho, Pancho, pensei: poxa, vem mais uma boca aí, nosso trabalho de fazer teatro independente é difícil! E não só isso, eu não quero fazer uma coisa sozinha em cena. Precisa ser uma coisa diferente, preciso de um trabalho que cada um consiga fazer separadamente e que sejam necessários alguns ensaios apenas para fazer as costuras entre as cenas, para trabalhar a sequência, enfim.

A Frida agregou e empoderou muitas amigas pintoras. Me toquei que tinha muitas amigas próximas que tinham trabalhos incríveis no teatro, alguns engavetados por conta da dificuldade de levantar uma montagem sozinha. Convidei-as e tive respostas positivas, e o Clóvis Rocha havia me convidado a compor a Semana da Mulher, no Teatro Arena, em março de 2017, e propus que estreássemos lá. Ensaiamos algumas vezes juntas, pensamos transições e ligação de cenas coletivamente. E essa é a ideia, que seja uma estufa, onde vai se intercalando personagens, trocando, renovando pesquisas.

São personagens históricas e às vezes anônimas até aquele momento, como a Leonor, vó da Manu, para quem ela faz uma cena sensível e emocionante. São histórias nossas e de outras mulheres. Mulheragem refaz a memória de mulheres na história e denuncia as violências cometidas contra elas.


Cena de Mulheragem / Foto: Adriana Marchiori

Há um terceiro projeto, a peça Todas Nós, que originou a pesquisa de mestrado da atriz Iassanã (Iaiá) Martins na Pós-Graduação em Artes Cênicas, e que discute a violência contra a mulher.

Foi um processo doloroso. Sabemos, vemos a naturalização da violência contra as mulheres no jornal todo dia. Vemos a ‘galera’ ovacionando o goleiro Bruno, que deu a ex-mulher dele, mãe do filho dele, para os cachorros. Essa semana, o estupro e assassinato da Magó, capoeirista, bailarina incrível, de Maringá, que foi passar um fim de semana numa cachoeira e foi estuprada e morta, e a família está desesperada não sabem quem é o assassino ainda.

Para a peça Todas Nós, fomos na delegacia e ficamos lá em fevereiro de 2016. Bem nessa época, engravidei do Pancho. Imagina a gravidez no processo de pesquisa dessa peça, construção dolorida, dolorosa. A gente foi lá e entrevistou mulheres. Ler as denúncias é uma coisa, estar com elas e gravando os seus depoimentos, com seus filhos do lado, é algo que não tem explicação. Não sei se elas estão vivas até hoje, não sabemos o que aconteceu com elas.

Essa é minha bandeira, tenho amigos que às vezes dizem: relaxa. Não. Não consigo relaxar. O Todas Nós é todo pautado nisso, a história delas que a gente conta, com a licença delas, mudando nomes. Ouvimos sempre. Lemos nos jornais todos os dias, e a violência se naturalizando. A Iassanã Martins, minha colega de cena e dramaturgia, fala sobre isso na peça também. Tem uma fala dela que me marca muito, emociona sempre: “Eu nunca imaginei que fosse acontecer comigo ou com uma amiga minha”.

Nós vivemos um processo de silêncio durante muitos anos. Tem mulheres que agora estão começando a aprender, a desenvolver suas próprias opiniões. É uma coisa que está no cimento, uma coisa aprisionante. Quem foi calada a vida toda é difícil começar a falar, aprender a falar.

Eu aprendi a falar com dificuldade também, mas agora que eu aprendi a falar, eu grito. Esse meu grito está em todas as peças. Tem uma cena na Frida, chamada uno quantos pequetitos, que a gente fez inspirado no quadro que ela pintou, depois de ter lido uma notícia de um homem que tinha assassinado uma mulher a facadas, e ela pinta isso. E as pessoas perguntam: por que, por que? Ficam chocadas com o quadro, mas não se chocam com a mulher que morreu com 17 facadas. Isso tem que chocar mesmo, tem que estar em todos os lugares, tem que ser denunciado.

Eu mesma, uma mulher de 41 anos, com uma companhia há 10 anos, que pesquisa temáticas femininas, nunca tinha tido coragem de contar para minha família que tinha sido molestada por um ex-cunhado, quando tinha 10 anos. Eu consegui falar sobre isso no semestre passado. Quando contei para três irmãs mais velhas, qual foi a minha surpresa, elas também tinham permanecido em silêncio, a vida toda. Elas só tiveram coragem de me contar porque eu contei. E o meu pavor, uma sobrinha 10 anos mais nova que eu também foi molestada, pelo mesmo cara. Se as minhas irmãs tivessem denunciado eu não teria passado por isso, se eu tivesse tido coragem de denunciar e fosse encorajada, como eu encorajo as mulheres todas para fazerem isso hoje, não teria acontecido com a minha sobrinha.

Quando fui tentar denunciá-lo, o crime tinha prescrito. Não podendo mais abrir o processo, o que fiz foi ligar para mulher atual dele, para as filhas e para o filho dele, falei para toda minha família. Eu quero que as mulheres que estão vindo da minha família se sintam protegidas, encorajadas e acolhidas quando tiverem algo para dizer.

No início, quando ainda era criança, eu tinha medo e ódio dele, e esse ódio foi crescendo e virando vergonha e nojo. Eu não queria pensar naquilo. Depois eu comecei a ter vergonha por ter ficado tanto tempo calada, são mil coisas que passam na cabeça de uma pessoa. Por isso que eu digo, é muito difícil o processo de encorajamento e empoderamento para a denúncia.

Gostaria que comentasse sobre a presença da mulher no teatro.

O teatro aqui do Sul é repleto de diretoras fortes e que encabeçam companhias de longa data. Inês Marocco, Adriane Mottola, Jezebel de Carli, Patrícia Fagundes, Liane Venturella, só para citar algumas das encenadoras maravilhosas que temos a sorte de ter aqui. Atrizes, performers, artistas que fundem o flamenco com o teatro como a Daniele Zill e a Juliana Kersting, que estão em Mulheragem, ombro a ombro com a Silvana Rodrigues (que também é co-fundadora do Pretagô), a Iassanã Martins (Mulheragem e Todas Nós), a Juliana Wolkmer, a Manuela Miranda, a Guadalupe Casal.

Tem a Arlete Sales, que é uma inspiração e força sempre em cada trabalho que se propõe a fazer. Tem a Débora Finochiaro, que tem suas obras sempre em repertório; a Elisa Lucas, que pesquisa o feminino na cena; a Tania Farias, essa gigante que segue tecendo a pesquisa do Oi Nóis e a difunde pelo mundo. Vika Schabbach, Raquel Grabauska, com suas pesquisas no teatro para crianças, com o Cuidado Que Mancha e em dramaturgia e escrita feminina. Tem a Mirna Spritzer, sempre solidária com seu conhecimento e acolhimento, que é outra monstra na área da atuação. Tem as minhas colegas de curso que estrearam ano passado na direção, já dizendo ao que vieram, com duas montagens agregantes, grandes elencos e dramaturgia original: Naomi Luana, com Como Cozinhar Um Lobo, e Louise Piovesan, que dirige Cinza Tropical.

Nos fortalecemos cada vez mais e estamos muito juntas. Porque o teatro é como qualquer outro meio da vida, tem muito misógino, tem muito machista. As que não se calam já ouviram de tudo: chamam de verde, chamam de novinha, dão “carteiraço”. Comigo aconteceu desde passarem a mão na minha perna até barrarem trabalhos meus. Há uma fraternidade masculina completamente tóxica e opressiva: se há um deles nos chacotando, vem muitos ajudá-lo, tentam nos centralizar, alguns se fazem de amigos e dão conselhos tão misóginos quanto as suas caras: dizem que eu não posso falar assim com fulano, porque o fulano é sei lá quem. Mas vem cá, alguém está vendo o que o sei lá quem está fazendo e falando para mim?

Como tu avalia a situação do teatro e das artes em geral no atual contexto?

Eu ainda não acredito que estamos nessa situação. Mas eu vi uma matéria que me deixou esperançosa, que foi os partidos de esquerda aqui no Estado se unindo. Essa coisa de esquerda, de egos gigantes de partidos e políticos, fez com que a gente chegasse nessa situação que a gente está. Eu não milito dentro de partido algum, minha veia de militância, minha trincheira é o teatro. É dessa forma que eu me coloco, é ai que eu trabalho, eu não consigo separar uma coisa da outra. Sempre que faço uma peça, eu faço essa pergunta, parece clichê, mas eu questiono por que estou montando isso, para quem, qual é a transformação, qual é a catarse social a que isso vai me levar. Eu tenho esse apego muito forte.

Eu não sei onde a gente vai parar. Eu fico triste porque aqui em Porto Alegre é assim também: tem sempre um Alvim bem perto de você. Acho que a Dilma foi a presidenta com postura mais correta que já teve na história desse país. Foi a primeira presidenta que pautou uma reforma política, que pautou tirar a metade daquela gente que está lá que não vai trabalhar, que nunca fez um projeto, como é o caso do cara que está lá na cadeira de presidente, que teve 30 e poucos anos como deputado e nunca criou projeto algum.

Tudo que ele fez foi esculhambar com os negros, com as mulheres, com os gays, são páginas tristes demais da história do país. Tem o genocídio do povo negro que está sendo financiado por esse governo, que é outra coisa que me dói e revolta imensamente.

Isso avaliza o pensamento do teu vizinho, que era assim mas que tinha vergonha de ser racista, machista, que se escondia e agora não se esconde, que bate no peito, daqui a pouco ele está armado atirando para cima.

Pessoas como Trump e Bolsonaro não podem jamais governar um país, são pessoas da última categoria, que prendem criança em jaula, que tem esse tipo de ação, que matam vereadora, vereadora negra, Marielle presente sempre, a gente sabe quem são os assassinos dela. É uma revolta muito grande, eu vivo uma revolta há mais de um ano, porque teve o golpe, porque a gente vê essas coisas, esse monstro tomando proporções gigantescas. E a gente está aí lutando na nossa guerra, porque a gente tem um colega machista no teatro, a gente tem um misógino nos barrando nas portas do teatro, a gente tem um outro fulano que vota contra, que não sabe falar uma palavra de incentivo. São várias lutas que a gente trava, nós mulheres, proletárias operárias, são várias e múltiplas as batalhas que a gente trava.


Para Juçara, o artista é político e constroi a memória de um povo / Foto: Arquivo pessoal

Nina Simone, em uma entrevista, afirmou: "É dever do artista refletir o espírito do tempo em que ele vive. E nesse tempo crucial em nossas vidas, quando tudo é tão desesperador, quando todo dia é uma questão de sobrevivência, eu acho que é impossível você não se envolver". O artista tem que ser político?

Eu não acredito em uma outra forma. A arte, desde que me conheço como gente, e o pouco que eu sei, sempre esteve na vanguarda, na trincheira, foi assim no país também, quando esse governo fascista tomou o poder: os artistas foram os primeiros a sofrer ataques, tanto é que o Ministério da Cultura não existe mais. Fomos os primeiros a serem atacados de uma forma grosseira.

O que seria da história da humanidade sem os artistas, eles canalizam o que o humano tem de mais bonito e transformam em coisas atemporais que duram para outras gerações saberem como a gente era, o que a gente fazia naquele tempo. Fotógrafos, cineastas pintores, gente do teatro, do cinema, uma coisa incrível, fantástica, me emociona muito essa gente. Constroem a memória afetiva e expressiva de um povo, uma era inteira.

Como te falei, o meio artístico é como outro qualquer. Tem um Alvin? Tem uma Regina Duarte? Tem, mas a maior parte, a grande maioria e isso eu posso te garantir, é uma gente muito aguerrida, que não baixa a cabeça, que emociona e luta. O povo de Dionísio é assim!

 

 

 

 

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira e Camila Maciel