O chanceler russo Serguei Lavrov aterrissou na capital da Venezuela nesta sexta-feira (7). Essa é a última parada de sua viagem pela América Latina, que começou em Cuba, passou pelo México e agora chegou à Venezuela. Em Caracas, o ministro de assuntos exteriores da Rússia se reuniu com o presidente Nicolás Maduro Moros, o chanceler Jorge Arreaza e outros representantes do governo bolivariano.
O último encontro de Lavrov com autoridades venezuelanas havia sido em Moscou, em agosto de 2019 com a vice-presidenta executiva, Delcy Rodríguez. Os dois países mantêm mais de 20 anos de relações diplomáticas, incluindo uma comissão de alto nível, chamada de Cian e chefiada pelo vice-presidente de economia venezuelano Tareck El Aisami e o vice-primeiro-ministro russo Yuri Borisov.
Por meio dessa comissão foram assinados 264 acordos em 20 áreas estratégicas para ambos países. Em outubro de 2019, durante a última reunião da Cian, realizada em Caracas, o governo russo prometeu um investimento de cerca de R$ 16 bilhões na economia venezuelana até o final do ano.
Três setores se destacam na cooperação bilateral Rússia-Venezuela:
Saúde
- Em 2020, a Rússia enviará à Venezuela de 1,5 a 5 milhões de vacinas contra gripe;
- A farmacêutica russa Geropharm é a única a fornecer insulina à Venezuela. Em dezembro de 2019 foram enviadas 200 mil doses e, até o final de 2020, o plano é atender 400 mil pacientes venezuelanos.
Energético
- A estatal russa Rosneft e empresas privadas do país, como a Gazprom, exploram dois blocos de petróleo no Cinturão do Orinoco: Junin 6, com capacidade de produção de 450 mil barris por dia; e Ayacucho com capacidade de produção de 600 mil barris de diários;
- Em 2017, a Rosneft investiu US$ 6 bilhões na petroleira estatal venezuelana;
- Em 2019, o ministro de petróleo Manuel Quevedo anunciou a mudança da sede da PDVSA na Europa de Lisboa, em Portugal, para Moscou, a capital russa.
Alimentar
- Em dezembro de 2018, forma assinados acordos que previam a venda de 600 mil toneladas de trigo russo à Venezuela.
Defesa
- Entre 2005 e 2013, foram assinados cerca de 30 acordos no valor de US$ 11 bilhões, que são armas, aviões, sistemas antimísseis e até treinamentos militares conjuntos.
Edição: Rodrigo Chagas