A paralisação nacional dos petroleiros chegou a 89 unidades do Sistema Petrobras em 13 estados do país, de acordo com o último balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Nesta sexta-feira (7) a mobilização completou uma semana com um ato em frente ao Edifício Sede da Petrobras (Edise), no centro do Rio de Janeiro.
A categoria protesta contra mais de mil demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Desde a última sexta-feira (31), um grupo de cinco trabalhadores da estatal ocupa uma sala de reunião no quarto andar do prédio.
Movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) montaram uma vigília em frente ao prédio esta semana.
Sindicatos de diversas categorias, petroleiros, parlamentares e lideranças políticas como o ex-senador Lindbergh Farias (PT), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e o deputados estaduais Waldeck Carneiro (PT) e Eliomar Coelho (Psol) participaram da manifestação durante toda esta sexta (7). Eles denunciaram os prejuízos das privatizações em curso no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a importância de defender a soberania nacional.
"Essa greve demonstra o que este governo está fazendo com o que o povo brasileiro conseguiu construir com suor, sangue, trabalho, competência e tecnologia. Não só a Petrobras mas várias outras empresas estão na mira desse governo. Nós sabemos o significado da Petrobras para o desenvolvimento de outras cadeias produtivas, o quanto a energia é estratégica para qualquer lugar do planeta e o que significa perder essa empresa. A Petrobrás é reconhecida no mundo e a ganância sobre ela é imensa", discursou Jandira.
Ainda segundo a liderança da oposição, a Procuradoria da Câmara vai interpelar a Petrobras por ter impedido a entrada de parlamentares no prédio da estatal no início da semana. Após sete dias de paralisação nacional, ainda não há interlocução dos grevistas com a presidência da empresa. Entretanto, Jandira informou que o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) poderá mediar a abertura da negociação.
O deputado Waldeck Carneiro (PT) defendeu que o desafio de barrar as privatizações é ainda mais importante do que a agenda eleitoral este ano. "Só a luta social e a organização dos trabalhadores terão força para derrubar a agenda entreguista. Estamos no coração dessa luta aqui no Rio de Janeiro onde ficam algumas das principais estatais brasileiras que são alvo do grande capital internacional que o Paulo Guedes representa", disse.
Desde o início na construção da vigília em apoio aos petroleiros e contra as privatizações, o Levante Popular da Juventude reafirmou seu papel. "É verdade que não são tempos fáceis, mas a juventude e a classe trabalhadora podem romper os cercos do neoliberalismo. Nós da juventude temos um compromisso com o patrimônio do povo brasileiro, acreditamos no sonho e em dias melhores para a classe trabalhadora", ressaltou Maíra Marinho.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Leandro Melito e Vivian Virissimo